quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Brasil: o pesadelo dos anos 70




Ao final dos anos 70 era lançado o álbum “John Lenon Plastic Ono Band”. Na canção God, Lenon afirmava  não acreditar, na Bíblia, em Jesus, em Buda, em Bob Dylan, no movimento hyppe e nos Beatles, afirmando na música “And thahst’s realyter.The dream is over”( E esta é a realidade.O sonho acabou).
O início dos anos 70 parecia  ter sido marcado pela ressaca da década anterior, quando tudo parecia mudar,principalmente no louco ano de 68, onde a juventude deu as cartas, mas perdeu o jogo. A morte violenta  de Malcon X, Martin Luther King, Che Guervara, Carlos Marighela, Carlos Lamarca, a continuidade da Guerra no Vietnã , a manutenção da Guerra Fria, a manutenção das ditaduras militares desmoronamento de países como Chile e Argentina,até então o oásis da democracia na América do Sul. Tudo apontava para o esgotamento da capacidade de transformação do mundo.
O recolhimento pessoal, a luta pela sobrevivência e os atrativos da sociedade de consumo tornaram-se referência dominantes. Não por acaso a música muda, do rock contestador  de Bob Dylan, Janis Joplin, Jimmy Hendrix e Cat Stevens, surge o rock progressivo do Yes, Pink Floyd,Genesis(internacionais), e no Brasil, pela ausência dos maiores músicos surgidos na década de 60, que após o AI 5 foram obrigados a se exilar, como :Caetano Veloso e Chico Buarque, vão surgir movimentos como Clube da Esquina e 14 Bis(MG), Mutantes e , lançando a   voz e estilo diferenciados dos Secos e Molhados. Esse tipo de rock propunha uma nova  forma de sonho, o que procurava evadir-se e não brigar com a realidade.
A verdade é que a década de 1970, foi de derrota total ao sonho de mudança real para a sociedade, os que contestavam estavam fora, seja por problemas políticos, ou por que morreram de over dose. O que restou: dançar bem ou dançar mal, mas dançar sem parar.



Grupo Secos e Molhados













A invasão da música estrangeira na nossa cultura

O modo de vida Brasileiro
Enceradeiras, batedeira, aspiradores de pó, ar-condicionados, máquinas de lavar, aparelhos de som, e a televisão(que chega no final da década de 50 e se transforma em elemento fundamental dos lares mundiais). A julgar pela enxurrada de trecos e cacarecos a invadir os lares de classe média, podemos notar claramente que a forma de entender felicidade muda completamente. O ser feliz nos anos que virão, compreende ter, comprar, trocar, gastar, mudar.Mas longe, bem longe se vai o ser, o dividir.
Os mais felizes e afortunados ostentavam e concretizavam o sonho da “casa própria”. Participar da Aldeia Global, criada em 1965 com a chegada da “Rede Globo de televisão”, que alicerçada pela Ditadura Militar, consegue com suas novelas, programas humorísticos e Telejornais seguidos à risca os mandos dos censores, prenderem a atenção de todos, levando ao excluído a sensação de pertencer a um mundo a qual ele jamais acessará.
Com a prisão, exílio e morte dos maiores intelectuais-políticos e artistas brasileiros, e com a ofensiva da televisão, o país ficou irremediavelmente menos crítico e reflexivo. Ouviam-se cada vez mais músicas norte-americanas, inglesas, irlandesas, cuja a maioria das vezes nem se compreendia o título das canções.Enquanto na música brasileira, o que se ouvia era as baboseiras adocicadas da Jovem Guarda, ou duplas como Dom e Ravel, ovacionando a Ditadura com versos vendidos tais como: “Eu te amo meu Brasil, eu te amo/Meu coração é verde, amarelo, azul anil/ Eu te amo/Ninguém segura a juventude do Brasil.” A juventude mesmo, está sendo morta, na Guerrilha do Araguaia, nas sessões de tortura dos inúmeros DOI-CODIs espalhados pelo país inteiro.

O Auge da Ditadura
Esse ambiente de claro declínio cultural e político, ajuda a explicar o fracasso da luta armada como alternativa ao assalto de poder feito pelos militares apoiados pela CIA em 64, e reafirmados no poder em 13.12.68, com a edição do Ato Institucional n° 5, o golpe dentro do golpe, estava dando resultado.
      “ O Homo brasiliensis reproduzido pela máquina modernizadora do governo pós 64 ficou vazio de interesses culturais. Bibliotecas,exposições de arte,espetáculos de dança e música,teatros, produções massivas de livros e revistas, enfim,todas as formas de refinamento da expressão artística não foram mantidas no horizonte de aspirações públicas como prioritárias, segundo o planejamento socioeconômico posto em execução.
Na verdade, sequer contaram como atividades suplementares. Foram deslocadas para significar meramente formas ornamentais da vida.
 Extraída a dimensão política do cidadão, pouco restou para a área estética da cultura. Retirado do cidadão o acesso à consciência de si, ele ficou encarcerado, sem força objetiva para se libertar, pois somente na prática política a sua consciência  se desdobraria em ação libertadora.”¹

Seleção  Tricapeã Copa México 1970

O governo Médice paralisou a oposição, ampliando  a censura, a repressão política, e usando de forma  escancarada toda as medidas de arbítrio contra as liberdades individuais e mecanismos de justiça. Todos estavam amordaçados.
Mas o efeito devastador de Médice, sobre a oposição, residia em sua popularidade. Nas eleições parlamentares de 1970 e municipais de 1972, a ARENA(Aliança Renovadora Nacional) partido de apoio escandaloso à manutenção ditatorial, obteve vitórias esmagadoras sobre a tímida oposição feita pelo MDB(Movimento Democrático Brasileiro), que não conseguia transpor  o cerco da repressão política a seus quadros.


Cartaz do Filme "Pra Frente Brasil" 
A esquerda armada derrotada em 1973 no meio urbano e a Guerrilha na Floresta Amazônica esfacelada em início de 1974, dará tônica da ordem vigente. Povo emburrecido, educação  alienada e de valores burgueses, valores capitalistas embutidos via principalmente TV e sua programação pobre de conteúdo, cinema,livros e peças teatrais burlescas todos a serviço do entretenimento irresponsável e sem lastro social e cultural. O uso da máquina esportiva e dos símbolos antes populares como o samba, agora sendo usados para frear o desenvolvimento intelectual e crítico da população.
Com todos esses elementos a favor, em 40 anos teremos um país exaurido de valores esdrúxulos, que coisificam naturalmente: as mulheres; gostosas e burras, o negro; como pobre,desdentado e feio, o indígena; como o cara que atrapalha o progresso, os jovens sem perspectiva; os viciados que enfeiam os grandes centros, e os mais velhos;como vagabundos chatos que só querem viver às custas do Estado e os inconformados que não se renderam ao sistema, que pensam por conta própria, que se recusam a assimilar valores vindo da TV, os loucos do contra, os radicais que não fazem outra coisa a não ser falar de política.
O ser analfabeto, mesmo portando diploma de doutor está no controle...e a pergunta é...até quando?

Bibliografia

 ¹Lucas,Fábio.” A Crise da cultura Literária no Brasil Pós 64”,SP,Edusp,1994 Pg.135-136
Campos, Flavio de e Claro, Regina: A Escrita da História, Volume 3;Edições Escala Educacional S/A;SP,2010
www.wikiplédia.org: Rock no Brasil e o Rock Progressivo
Imagens: www.google.com

Por: Denise Oliveira, Janeiro/2013



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Aulas de História(Reforço)

Estou oferecendo aula de História para alunos do Ensino Fundamental, Médio ou Superior que estiverem com dificuldade em algum conteúdo.
Hora aula: R$ 25,00- terças e quintas manhã e tarde
Sábados-R$ 30,00
Posso ajudar também em monografias(TCC)- valor à combinar.
e-mail: denisehis@gmail.com

Denise Oliveira

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A História Negra do Papado


Vaticano, século XXI, nada mudou!





Sergio III [período do papado 897-911]: O Papa da Pornocracia
Filho de nobres romanos, o Conde do Túsculo, bispo do Cere, data de nascimento desconhecida: este é mais um Papa classificado como desgraçado e funesto. Chegou ao posto pela influência política-econômica da família Teofilacto. Ficou conhecido por ser o mandante do assassinato de outro Papa e por ter gerado um filho [com sua amante e irmã ilegítima, Marósia da família Teofilacto]. Anos depois, esse filho também seria Papa [Papa João XI  período do papado: 931-935]! 

O papado de Sergio III foi chamado de "Pornocracia" [segundo o historiador Liutprand de Cremona 922-972], com a sede do catolicismo entregue aos arbítrios das prostitutas [Liber pontificalis ou Livro dos Papas]. Naquela época, início do século X, um tempo chamado século de ferro, foi também a "era do poder das mulheres" na cena política e sócio-econômica dos reinos europeus que se definia a partir de Roma, na Itália. 
No pontificado de Sergio III quem mandava era matrona Theodora ─ A Maior, assessorada por suas filhas: Theodora, a Jovem e Marósia. Toda a linha de parentesco era escandalosa: Sergio era filho bastardo de Theodora e, portanto, irmão natural de Marósia, que tornou sua amante e com quem teve um filho que também veio a ser Papa [veja abaixo]. Quando fala das "prostitutas sem-vergonha" na sede da Igreja, o historiador Liutprand refere-se principalmente a estas mulheres, ricas e influentes.
Na acirrada disputa pelo papado, Sergio III foi eleito Papa [por uma facção da Igreja] em 897 mas o Papado estava, de fato, nas mãos de João IX e, depois da morte deste, Leão V. Assim, durante algum tempo Sergio foi uma espécie de Papa clandestino ou não legitimado, coisa muito comum na História dos Papas medievais e mesmo entre os Papas da Idade Moderna. Na Idade Média houve alguns Antipapas.
Sergio III chegou a ser excomungado pelo Papa João IX [898–900]. Somente conseguiu oficializar sua pretensão em 904, em Roma, quando o "Antipapa" Christopher [Cristóvão] acabava de ocupar o papado à força [entre 903 e 904]. A família Teofilacto reagiu obtendo a deposição do usurpador e reinvestiram Sergio III no cargo, em janeiro de 904. Sergio III ordenou a prisão dos rivais, Cristovão e Leão V [outro que disputava o lugar], instituiu um processo contra eles e condenou os dois à degola!

       
João XII[papado 955-964]:Estuprador de peregrinas e herege pagão:
Era o filho de uma relação incestuosa entre o Papa Sergio III e sua irmã natural, [ilegítima], Marósia [veja acima], que na época do parto tinha 15 anos. Em 963, o Imperador do Sacro Império Romano, Otto I [912-973, Alemanha], reuniu um conselho e fez várias acusações a este Papa: sacrilégio, simonia, perjúrio, assassinato, adultério, incesto. Ele excomungou seus juízes mas foi deposto assim mesmo.
João XII tinha ordenado um diácono em um estábulo; consagrou um menino de 10 anos Bispo de Todi em troca de dinheiro; mandou castrar e assassinar um cardeal; transformou o Lateran Palace [na época, residência Papal] em um bordel onde estuprava peregrinas; sodomizava crianças!
Roubava as doações que os fiéis entregavam à Igreja, erguia brindes ao Diabo e invocava a ajuda de Jove [Júpiter], Vênus e outros deuses pagãos quando estava jogando dados. Quando perdia no jogo pagava com o dinheiro da Igreja e prestava culto à deusa Cibele na colina do Vaticano. Consta que tornou-se amante da própria mãe, Marósia.




João XVI [período do papado: 985-996]: Distribuindo a Grana de Deus Com os Parentes!
O Papa venal [mercenário, desonesto] e nepótico tornou-se extremamente impopular perante os fiéis. Era público e notório: ele dissipava os recursos do Vaticano enchendo as bolsas dos parentes. Foi descrito como "ambicioso, comprometido com dinheiro sujo e corrupto em todos os seus atos". Ele foi deposto mas retornou ao posto de Papa quando Otto deixou Roma. Vingativo, o "religioso" mandou aleijar e mutilar todos aqueles que a ele se opuseram. Em 964, foi espancado pelo marido traído de uma de suas amantes. Morreu três dias depois sem direito a confissão ou receber sacramentos. 




Bento IX: Demônio, Assassino, Homossexual ─ Vendeu o Papado!
Um papado descontínuo, impensável nos dias atuais, ilustra bem a grande confusão política da época em torno da legitimidade das autoridades, fossem papas, príncipes ou reis. Seu nome de batismo era Theophylactus of Tusculum e assumiu pela primeira vez o papado quando tinha entre 12 anos de idade. Por isso, foi chamado de o Papa Criança sendo, o papa mais jovem da história da Igreja Católica e possivelmente, o mais maldito entre os malditos.
Sobre Bento IX, São Pedro Damião [1007-1072] comentou em Liber Gomorrhianus, um tratado sobre corrupção e sexo no papado: "...banqueteava-se na imoralidade... era um demônio do inferno disfarçado de padre". Era um ser bestial, bissexual e zoófilo, ou seja, mantinha relações sexuais com animais inclusive sodomizando os bichos!

O Papa Victor III [período do papado: maio de 1086 a setembro de 1087], em seu livro Dialogues, menciona "seus estupros, assassinatos e atos inconfessáveis. ...Sua trajetória como Papa... vil, execrável, abominável, nojenta". Na Enciclopédia Católica Benedito IX é descrito como "uma desgraça para a Cadeira de Pedro". O bispo Benno de Piacenza acusava-o de adultérios e assassinatos. 
Em 1044, ele vendeu! o Papado por uma boa quantia em dinheiro. Porém, no ano seguinte renunciou à renúncia e voltou a ocupar o cargo. Um mês depois, vendeu o cargo de novo! ─ por 650 quilos de ouro, desta vez, com o propósito de se casar! O comprador foi seu padrinho ou "pai espiritual", o padre John Gratian [muito pio, muito devoto, mas disposto a fazer tal negociata e rico o bastante para isso; assumiu o nome Gregório VI]. Mas Benedito IX não ficou longe do Lateran Palace [residência papal]: ele "tomou" a cidade, Roma, e "declarou-se" Papa outra vez.
A essa altura já havia mais de um Papa: além de Benedito, Gregório VI e Silvester III também reivindicavam para si a legitimidade do papado. A maioria dos fiéis reconhecia Gregório como verdadeiro Papa. Era uma disputa política na qual os reis intervinham para "fazer o Papa" garantindo, deste modo, o apoio popular dos cristãos-católicos.
O rei germânico [alemão] Henrique III [reinou entre 1039-1056] interferiu na questão e, no Concílio de Sutri [região do Lácio, província de Vieterbo Itália], dezembro 1046, tanto Benedito IX quanto Silvester III foram depostos e Gregório VI* foi "persuadido" a renunciar. Um novo pontífice foi escolhido: era o bispo alemão Suidger, Clemente II. Mas Clemente II morreu no ano seguinte. Benedito IX voltou ao ataque e conseguiu mais um brevíssimo período de papado de novembro de 1047 até julho de 1048, quando tropas alemãs expulsaram-no de Roma.
O bispo Poppo, conde de Brixen, foi eleito novo Papa e assumiu como Damasus II**. Em 1049, Benedito IX não compareceu ao julgamento onde seria julgado por simonia(tráfico de coisas sagradas ou espirituais). Foi excomungado; porém, mais tarde, o Papa Leão IX [papado: 1049-1054], que substituiu Clemente II, suspendeu as condenações contra Benedito IX. Apesar dessa "reintegração" ele não foi enterrado entre os Papas, na Basílica de São Pedro, mas na Abadia de Grottaferrata onde morreu, segundo registros, cumprindo penitência. A data de sua morte é incerta, situada entre 1065 e 1085.




Urbano II [1088-1099]
Em 1095 ele instituiu o callagium, uma taxa anual de liberação sexual, tributo pago ao Papado, que permitia aos "membros" do clero ter amantes! O efeito imediato mostrou que o clero: ou ia mal de finanças ou era composto de religioso avaros; as concubinas desapareceram e cresceu notavelmente a prática do homossexualismo nos monastérios e paróquias.





Anacletus [1130-1138]
Cometeu incesto com a irmã e muitas outras mulheres da família. Estuprava freiras.




  Inocêncio III [papado: 1198-1216]
Instituiu o método de interrogação para os suspeitos de sodomia. Para fazer confessar, os interrogados, obrigava-os a sentarem-se, encaixando-se nus em uma estaca de ferro em brasa.
Durante a Inquisição, esta página sombria da história da Igreja Católica, foi o Papa Inocência IV que aprovou o uso da tortura para obter confissões de heresia. Agressivo, ele acreditava que "os fins justificam os meios". E os meios eram os instrumentos de tortura aos quais foram submetidas milhares de pessoas, inocentes ou não [porque a tortura é barbárie instituída, sempre injusta mesmo com os culpados de qualquer crime]. Galileu, que foi julgado no pontificado deste Papa, teve bons motivos para renegar qualquer de suas teorias e até o próprio nome considerando a perspectiva dos interrogatórios mais "severos".




João XXII [papado: 1316-1334]
Excomungava até os religiosos, padres, clérigos amigos, se não pagassem as taxas!



Clemente VI [1342-1352]
Descrito por Petrarca como "um Dionísio eclesiástico com suas artimanhas infames e obscenas". Ele dormia com prostitutas e teve dúzias de amantes. Quando morreu, cinqüenta sacerdotes rezaram a missa pelo repouso de sua alma, última tentativa de livrar o Papa Clemente VI do inferno.




Pio II [1458-1464]
Foi um conhecido autor de literatura erótica e teve 12 filhos ilegítimos.





Paulo II [papado: 1464-1471]
Homossexual e sádico, gostava de ver homens nus sendo torturados. Consta que morreu de ataque do coração enquanto estava sendo sodomizado por um de seus rapazes favoritos.







Inocêncio VIII [papado: 1484-1492]
Gerou sete filhos ilegítimos e outras tantas filhas que ele reconhecia abertamente. Seu pontificado ficou conhecido como The golden Age of Bastards [Era de Ouro dos Bastardos]. Autorizou a Inquisição contra suspeitos de bruxaria. Em seu leito de morte, seu último desejo satisfeito: uma ama de leite; queria leite de mulher!





Alexandre VI [período do papado: 1492-1503]: Orgias & Nepotismo
Nascido Roderic Llançol ou Lanzol, em Valencia Espanha, trocou o sobrenome por Borja i Borja [em italiano Rodrigo Borgia] quando um Borja, seu tio, irmão de sua mãe, Alonso de Borja foi eleito Papa [Calisto III], em 1455. Era uma questão prestígio. Rodrigo seguiu a carreira eclesiástica. Foi bispo, cardeal e vice-chanceler da Igreja. Serviu à Cúria romana em cinco pontificados: Calisto III, Pio II, Paulo II, Sisto IV e Inocêncio VIII.
Adquiriu muita experiência administrativa e muitos bens. Bens que, disseram as más línguas, embora não seja provado, serviu para comprar o papado em 1492. Naquele conclave, depois da morte de Inocêncio VIII, havia três candidatos ao pontificado: além de Rodrigo Borgia, também foram cotados Ascanio Sforza e Giuliano della Rovere. Diz a lenda que Sforza saiu do conclave com quatro mulas carregadas de prata, preço do apoio que deu a Rodrigo. Quanto a Della Rovere, sua "campanha", que custou 300 mil ducados de ouro, teria sido financiada em 200 mil pelo rei da França e 100 mil, providenciados pela República de Gênova.
Sobre a eleição de Rodrigo Borgia, Giovanni di Lorenzo de Medici, que mais tarde se tornaria Papa Leão X, criticou a escolha e advertiu: "Agora estamos nas mãos de um lobo, um predador, um opressor como, talvez, jamais o mundo tenha visto igual. Se não fugirmos ele vai, inevitavelmente, devorar a nós todos". No começo, o pontificado de Alexandre VI encaminhava-se bem, com uma administração justa e ordeira. Porém, movido pela ambição, este Papa cercou-se de parentes, nomeando-os para cargos eclesiásticos, manobra que permitia engordar os cofres da família e aumentar sua influência político-econômica muito rapidamente.
Alexandre VI foi um daqueles Papas que jamais respeitaram a castidade exigida do sacerdócio católico: teve ao menos duas amantes conhecidas e muitos filhos: Girolama, Isabel e Pedro Luis, filhos de uma amante cujo nome se perdeu na história. Depois, quando ainda era cardeal, teve mais quatro, com Vannozza Cattanei: a famosa Lucrécia Bórgia [1480-1519], Cesar, Juan e Godofredo [ou Jofre]. Com uma terceira concubina, Julia Farnesio, teve mais dois herdeiros.
Todos os parentes, aderentes e apadrinhados receberam postos importantes. Ordenou cardeais: o filho Cesar Borgia com a idade de dezesseis anos; e os sobrinhos Francisco Borgia, Juan Lanzol de Borgia de Romani, dito o maior; o primo Juan Castellar y de Borgia; os sobrinhos-netos Juan Lanzol de Borgia de Romani, o menor; Pedro Luis de Borgia Lanzol de Romani, Francisco Lloris y de Borgia; e o cunhado de seu filho e cardeal! Cesar [que, portanto, teve uma mulher] Amanieu d'Albret.
A filha Lucrécia, dotada de grande beleza, foi um caso à parte. Colaborava para aumentar o poder do pai através do casamento. Assim, em 1493, aos 13 anos, ela desposou Giovanni Sforza em magnífica cerimônia realizada no Palácio do Vaticano. Quando Sforza deixou de ser politicamente interessante para os Borgia, o Papa-pai de Lucrécia tratou de articular o divórcio. A princípio, Giovanni Sforza recusou a separação e acusou Lucrécia de manter relacionamento incestuoso com o pai e o irmão Cesar. A força de ameaças, este marido acabou cedendo, confessou que era impotente, admitiu que o casamento jamais se consumara e o sacramento foi anulado. Ela ainda se casou mais duas vezes, sempre tendo em vista aliança política, com Alfonso de Aragon [Duque de Bisceglie] e Alfonso d'Este [Príncipe de Ferrara].
Teve inúmeros amantes e oito filhos. No último parto, morreram mãe e filha, em 1519.
O primogênito, Giovanni Borgia, gestado e tido em segredo no intervalo entre o primeiro e o segundo casamentos, suscitou comentários maliciosos. Sua paternidade tornou-se uma incógnita: foi atribuída a um amante dela, mensageiro de Alexandre VI, chamado Perotto. Mas corria a boca pequena que, na verdade, Giovanni era fruto de incesto, filho de Lucrécia com seu pai ou com seu irmão Cesar. Uma outra versão, dizia que Giovanni era filho do Papa com uma amante desconhecida ou, ainda, filho de Cesar. Assim, Giovanni poderia ter sido meio-irmão ou sobrinho de Lucrécia, escândalo em qualquer caso posto que Papa e cardeal traíram o voto de celibato. Nada discreto, Alexandre VI reforçou sua fama de devasso promovendo grandes festas que beiravam à orgia.

Cesar Borja
Lucrécia Boja



Papa Julio II [1503-1513]
Foi este que contratou Michelangelo para pintar a capela Sistina. Era pedófilo; ocupava muito de seu tempo na companhia de meninos e jovens michês [prostitutos].









Leão X [período do papado: 1513-1521]: Rachou a Igreja no Meio
Giovanni di Lorenzo de' Medici foi eleito papa em 1513. Adotou o nome Leão X. Ele se preparou para aquele destino: estudou teologia e direito canônico, foi bispo e cardeal e tornou-se famoso um comentário a ele atribuído quando alcançou o papado: Uma vez que Deus nos conferiu o pontificado, vamos aproveitá-lo. Festejou sua própria eleição com um exótico cortejo pelas ruas de Roma: desfilaram bobos, músicos e animais selvagens. Também ofereceu um jantar luxuoso durante o qual, um rapaz pintado de ouro e fantasiado com asas representava um anjo para os convidados. O jovem morreu envenenado pelo ouro. Promovia caçadas. Queria realizar construção da Basílica de São Pedro. 
Enfim, esvaziou os cofres do Vaticano. Na urgência de levantar dinheiro, teve a idéia de estimular a venda de indulgências. Aquilo logo se transformou em um comércio ultrajante complementado pela venda de relíquias de procedência quase sempre duvidosa. A "salvação" podia ser comprada nas bancas dos representantes de Deus! Os milagres podiam ser alcançados pela nem sempre módica quantia que pagava um pedaço da cruz de Jesus ou um dedo de João Batista.
A degradação do cristianismo, com o papa validando práticas muito próximas da superstição pagã, provocou revolta em meio ao clero europeu e ali surgiu a figura de Martinho Lutero, o homem que deflagrou a Reforma Protestante dividindo os fiéis cristãos do continente em duas facções rivais. Quando Lutero fixou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg, Leão XI emitiu uma bula, Exsurge Domini, em junho 1520, censurando o texto de Lutero e ameaçando-o com a excomunhão. Ameaçou e fez. O precursor da reforma protestante foi excomungado em 1521 e o cristianismo europeu perdeu sua unidade




Paulo III [1534-1549]
Mantinha um relacionamento incestuoso com a irmã. Para obter o controle da fortuna da família, matou, por envenenamento, vários parentes, incluindo a mãe e uma sobrinha. Matou dois cardeais e um bispo polonês para estabelecer um argumento sobre uma questão teológica. Ele foi, ainda, provavelmente, o maior cafetão que já existiu. Tinha uma lista de 45 mil prostitutas que pagavam tributo mensal ao papado.


  
       
Julio III [1550-1555]
Outro entre os homossexuais e incestuosos. Sodomizava adolescentes imberbes, entre os quais, o próprio filho ilegítimo. O famoso poema do Cardeal della Casa, In Praise of Sodomy [Louvor a Sodoma], foi dedicado e este Papa.
Prazer sexual desenfreado, glutonaria, ganância, incesto, apego ao dinheiro e ao poder. Um clero que longe de ser cristão é mais pagão que o pior dos pagãos, porque é um paganismo decrépito em degeneração. Será essa a legítima e verdadeira Igreja que Jesus Cristo fundou na Terra, sob a liderança de Pedro, o qual disse que seria a luz do mundo e que reinaria nela a paz e o amor? Serão esses os representantes do Deus vivo, santo e poderoso na Terra?
Traições, mortes, abusos sexuais fazem parte da realidade de instituições religiosas como a Igreja Católica há séculos e mesmo após perder muita força, ainda tenta impor doutrinamente suas crenças para a sociedade, seu modo de vida.
Sua estrutura em nada mudou, a hierarquia e burocracia fazem o mesmo papel de antes e nenhum de seus conceitos foram revistos no ambito social, apenas alguns pedidos de desculpas por erros cometidos no passado, e quando a sociedade ultrapassar seus paradigmas hoje, a Igreja Católica irá pedir novas desculpas pelo que faz hoje.

Aos religiosos da página, seja de qualquer religião , cuidado com as instituições que se dizem 'palavras de deus/deuses', pois a única coisa que eles querem é controle, e controle por medo, quaisquer objetivos políticos que eles possam ter, eles usarão os fiéis sem dó nem piedade.
"Sempre que a moralidade baseia-se na teologia, sempre que o correto torna-se dependente da autoridade divina, as coisas mais imorais, injustas e infames podem ser justificadas e impostas."



Copilado da página Lúcifer Cético
Por:Denise Oliveira, Janeiro/2013

domingo, 6 de janeiro de 2013

Movimento da Cabanagem do Pará completa 178 anos




A próxima segunda-feira (7) é marcada pelos 178 anos da revolta da Cabanagem do Pará (1835-1840) - o único movimento político do Brasil em que os pobres tomam o poder, de fato. Entre as causas da revolta encontram-se a extrema pobreza das populações humildes e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil.

A Cabanagem ocorreu durante o período regêncial no Brasil. O Período regencial brasileiro (1831 — 1840) foi o intervalo político entre os mandatos imperiais da Família Imperial Brasileira, pois quando o Imperador Pedro I abdicou de seu trono, o herdeiro D. Pedro II não tinha idade suficiente para assumir o cargo. Devido à natureza do período e das revoltas e problemas internos, o período regencial foi um dos momentos mais conturbados do Império Brasileiro.

De cunho popular, contou com a participação de elementos das camadas média e alta da região, entre os quais se destacam os nomes do fazendeiro Félix Clemente Malcher e do seringueiro Eduardo Angelim.

Na Cabanagem negros e índios também se envolveram diretamente no evento, insurgindo-se contra a elite política no Pará. Dentre alguns líderes populares da Cabanagem esteve o negro Manuel Barbeiro, o negro liberto de apelido Patriota e o escravo Joaquim Antônio, que manifestavam ideias de igualdade social. O nome “Cabanagem” remete à habitação (“cabanas”) da população de mestiços, escravos libertos e indígenas que participaram da Cabanagem.


História
Após a Independência do Brasil, a Província do Grão-Pará mobilizou-se para expulsar as forças reacionárias que pretendiam manter a região como colônia de Portugal. Nessa luta, que se arrastou por vários anos, destacaram-se as figuras do cônego e jornalista João Batista Gonçalves Campos, dos irmãos Vinagre e do fazendeiro Félix Clemente Malcher. Terminada a luta pela independência e instalado o governo provincial, os líderes locais foram marginalizados do poder. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora com melhores condições, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste. 
Em julho de 1831 estourou uma rebelião na guarnição militar de Belém do Pará, tendo Batista Campos sido preso como uma das lideranças implicadas. O presidente da província, Bernardo Lobo de Sousa, desencadeou uma política repressora, na tentativa de conter os inconformados.

O primeiro grande erro de Lobo de Sousa foi rivalizar com Batista Campos. Criando o Correio Oficial Paraense, dirigido pelo cônego Gaspar Siqueira Queiroz, grande inimigo de Batista Campos. As críticas contra o nacionalista logo começaram, e aumentavam a cada edição. Batista Campos também começou a lançar suas críticas, contra o governo. Conseguiu, inclusive, uma pastoral do bispo D. Romualdo Coelho contra Lobo de Sousa, pelo fato deste ser maçom. Nesta altura, chegava ao Pará o jornalista Vicente Ferreira de Lavor Papagaio, mandado buscar no Maranhão por Batista Campos. Aquele vinha fundar um jornal para fazer oposição à Presidência da Província. O título do jornal, Sentinela Maranhense na Guarita do Pará. Sua linguagem, logo na edição inaugural, foi tão violenta, que Lobo de Sousa ordenou a prisão de Papagaio e Batista Campos.

O clímax foi atingido em 1834, quando Batista Campos publicou uma carta do bispo do Pará, Romualdo de Sousa Coelho, criticando alguns políticos da província. O cônego foi logo perseguido, refugiando-se na fazenda de seu amigo Clemente Malcher, reunindo-se aos irmãos Vinagre (Manuel, Francisco Pedro e Antônio) e ao seringueiro e jornalista Eduardo Angelim. Antes de serem atacados por tropas governistas, abandonaram a fazenda. Contudo, no dia 3 de novembro, as tropas conseguiram matar Manuel Vinagre e prender Malcher. Batista Campos morreu no último dia do ano, ao que tudo indica de uma infecção causada por um corte que sofreu ao fazer a barba.

O movimento Cabano

Em 7 de janeiro de 1835, liderados por Antônio Vinagre, os rebeldes (tapuios, cabanos, negros e índios) tomaram de assalto o quartel e o palácio do governo de Belém, nomeando Félix Antonio Clemente Malcher presidente do Grão-Pará. Os cabanos, em menos de um dia, atacaram e conquistaram a cidade de Belém, assassinando o presidente Lobo de Souza e o Comandante das Armas, e apoderando-se de uma grande quantidade de material bélico. O governo cabano não durou por muito tempo, pois o novo presidente, Félix Malcher - tenente-coronel, latifundiário, dono de engenhos de açúcar - era mais identificado com os interesses do grupo dominante derrotado, é deposto em 19 de fevereiro de 1835. Por fim, Malcher acabou preso. Assumiu a Presidência, Francisco Vinagre.
Em maio de 1935 chegou ao porto de Belém a fragata “Imperatriz”, enviada pelo presidente do Maranhão, a fim de terminar com o Governo revolucionário. Vinagre concordou em entregar a Presidência a Ângelo Custódio; mas, sobre pressão de Antônio Vinagre e Eduardo Angelim, recuou.

Em 20 de junho de 1935, na baía de Guajará, aportou outra fragata com o novo presidente do Pará (nomeado pela Regência), marechal Manoel Jorge Rodrigues. Vinagre, contra o desejo de seu irmão Antônio, entregou o poder.

Na noite de 14 de agosto de 1835, tiveram início novos combates. A invasão de Belém se deu pelos bairros de São Braz e Nazaré. Desta forma, Belém caía novamente em poder dos revoltosos. Aos 21 anos de idade, Eduardo Angelim assumiu a Presidência da Província.

Fim da Cabanagem

Contudo, em abril de 1836 chegava o marechal José Soares de Andrea, novo presidente, nomeado pela Regência. Andrea intimou os cabanos a abandonarem Belém. Angelim e seus auxiliares concordaram.

A última fase da Cabanagem é iniciada com a tomada de Belém por Andréa, com o restabelecimento da legalidade na Província. Apossando-se de Belém, as lutas ainda duraram quatro anos no interior da Província, onde ocorria o avanço das forças militares de forma violenta até 1840.

A Cabanagem continua viva na memória do povo paraense como o movimento popular que permitiu que as classes populares chegassem ao poder instalando um governo popular ou cabano no Pará do século 19.

Fonte: Blog Pará Histórico/Por Denise Oliveira, janeiro/2013