terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Funk, Mulher, Alienação e Capitalismo


Texto  extraído do blog  Coletivo Rosa do Povo, lido em sala de aula para reflexão e atividade com alunos da Rede Pública de Educação, nas turmas de primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Médio.

(*) José Renato André Rodrigues

Hoje no Brasil se faz muita confusão sobre o que é funk, muitos ritmos surgem e desaparecem. A indústria cultural de acordo com o interesse do mercado muda nomes e fórmulas de determinadas manifestações artístico-culturais.
A origem do funk se deu nos Estados Unidos, assim com o blues, gospel, jazz e soul surgiram nas comunidades negras. A palavra funk vem do Inglês que quer dizer medo, embaraço pusilânime. James Brown é considerado um dos pais do funk; alguns críticos musicais consideram Michael Jackson e outros cantores negros estadunidenses como expressão deste gênero musical.
Entre nós o funk começa nos anos 1970 em plena ditadura civil-militar durante o movimento da Black Music. Alguns consideram Tim Maia, Jorge Benjor, Sandra de Sá, Gerson King kombo e outros. Dos precursores do ritmo em terras brasileiras dos anos 1970 ao atual ritmo considerado funk, muita coisa mudou da influência do Soul à batida de nossos dias cada vez mais o atual chamado funk demonstra não ter nada haver com a sua origem.
Entre o fim da ditadura civil-militar à volta da democracia burguesa durante os anos 1980 este ritmo musical não tinha ainda muita força e espaço nos grandes veículos de comunicação de massas. Vivia-se o auge do chamado rock Brasil, consolidava-se o rock brasileiro como expressão da juventude que resistiu à ditadura civil-militar e denunciava as injustiças e os anseios da jovem geração, onde rádios como a Fluminense FM 94,9 na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro divulgavam, bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Pleber Rude, Garotos Podres, RPM, Ira, Ultraje a Rigor, Barão Vermelho e outras bandas eram expressão deste momento histórico da sociedade brasileira, e com o avanço do neoliberalismo na passagem dos anos 1980 para 1990 o rock começa a perder alguns espaços na mídia e passa a se restringir a um determinado público específico e se consolida como um nicho de mercado.
A partir do neoliberalismo, o período é marcado pelo pagode mauricinho, pelo breganejo criticado por Lulu Santos por conta do apoio a Collor nas eleições de 1989. Enquanto isso, o funk carioca se espalha pelas comunidades pobres de todo o Rio atingindo até as academias de ginástica da chamada classe média da zona sul do Rio.
As primeiras músicas falavam em amor, amizade e problemas sociais. Quem não se lembra da música do Silva, hoje este ritmo assim como o cenário da música brasileira apoiada pela grande mídia mudou para pior. Hoje este ritmo do chamado funk carioca, assim como outros gêneros musicais como a música baiana, passou a explorar a sexualidade e a pornografia, onde o sexo é visto não na forma de prazer responsável e libertário, e sim como objeto a ser consumido de forma irresponsável e vulgar onde o sexo é praticado na forma do salve-se quem puder, refletindo uma sociedade alienada nas letras, nos bailes, nas roupas das dançarinas e cantoras do funk, do axé etc. A situação, todos sabem: meninas grávidas precocemente e abandonadas e os meninos pais sem emprego, formação ou vítimas da violência urbana onde crianças crescem sem uma estrutura familiar com todas as possibilidades de reproduzir o eterno ciclo de alienação e miséria em que vegetam.
Hoje o atual funk carioca nada mais é do que alienação e fuga da realidade em que vive a maioria dos jovens das camadas mais pobres da nossa sociedade. Este tipo de música não tem nada de contestador, fazem apologia às drogas, ao papel submisso da mulher, aos grupos milicianos e dos grupos dos soldados do comércio varejista de drogas. Sem falso moralismo ou hipocrisia, este tipo de música não contribui em nada para elevar a consciência das massas exploradas pelo capital.
Estes ritmos são apoiados e incentivados até por lideranças políticas ligadas a burguesia para incentivar a vulgaridade das mulheres que através da exposição de seus corpos como mercadoria, sonhando como as dançarinas do funk acender socialmente, talvez casar ou engravidar de algum artista, jogador de futebol ou conseguir algum contrato para alguma revista masculina. Na prática, é muito difícil  isso ocorrer porque nem todas poderão ter as mesmas chances como ocorre na sociedade capitalista, nem todas vão poder dar o golpe do baú e se tornar marias chuteiras ou amantes de empresários, artistas e etc.
A grande maioria vai se tornar amante de policiais corruptos ou mulher de gerentes do comércio varejista de drogas, e gozar de um poder ilusório até quando a burguesia não precisar mais e estas mulheres vão amargar as prisões ou encontrar a morte.
Não existe uma política cultural voltada para os filhos das classes trabalhadoras, assistir um bom show de música é muito caro e alguns ritmos musicais antes considerados populares se elitizaram tornando-se inacessíveis às grandes massas, e o poder público por outro lado não procura criar condições para tornar acessível nem democratiza para as grandes massas bens culturais criados pela humanidade. Qual a saída para esses jovens? Ir às casas de shows baratas com seguranças autoritários em sua maioria policiais, ser vitima da violência, ir ao baile funk e lá saudar os Mc’s totalmente manipulados pelos soldadinhos do comércio varejista de drogas até porque o grande traficante não estará lá, mas mora nos bairros elegantes da burguesia; com isto causam a alienação nos nossos jovens tornando-os domesticados e adaptados ao status quo.
É preciso fazer uma distinção, popular não é popularesco ou lixo. Se fosse assim não teria surgido o chorinho, o samba, o maracatu, o bumba meu boi, o Blues, o jazz, o rock, o sertanejo e etc. São incontáveis os artistas populares como Cartola, Nelson Cavaquinho, Gonzaguinha, Luiz Gonzaga, Djavan, Jovelina Pérola Negra, Beatles, Elvis Presley, Black Sabbath, Chuck Berry, Jerry Lewis, The Who, Sex Pistols e tantos outros. Até um palavrão em uma música deve ter um sentido como faziam os Titãs, Legião Urbana, Ultraje a Rigor. Hoje o palavrão nas músicas do funk carioca não contesta nada, apenas contribui para a alienação.
É necessário resgatar a autêntica cultura popular ligada às massas trabalhadoras, cultura não só para entreter e sim levar à reflexão e conscientização da população através das artes. Devemos buscar uma cultura popular que promova a contra-hegemonia e que coloque as massas em movimento e aponte a necessidade histórica da revolução socialista como a única saída capaz de libertar a população e quebrar esse círculo vicioso em que vivem as massas exploradas pelo capital .
  
José Renato André Rodrigues – Professor de Filosofia; membro do Comitê Central do PCB

Por: Denise Oliveira, fev/2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Jornalista morta na Líbia. Cadê a mídia?




Por Altamiro Borges
Na sexta-feira (17), a apresentadora de tevê Hala Misrati, famosa por sua defesa do ex-presidente Muammar Kadafi, foi assassinada numa prisão da Líbia. Segundo relatos, a jornalista de 31 anos foi vítima de torturas e de estupros. O governo fantoche da Líbia, bancado pelos EUA e Europa, confirmou a morte, mas não deu detalhes sobre a tragédia.
O assassinato ocorreu no mesmo dia das “comemorações” do primeiro aniversário da vitória das milícias “rebeldes”, armadas pelas nações imperialistas e auxiliadas pelos mísseis da Otan. Neste um ano, os mercenários têm promovido inúmeros atos de crueldade contra os simpatizantes de Kadafi. Cerca de 8 mil pessoas vegetam nas prisões e sofrem torturas constantes, segundo relatos da própria ONU, da Anistia Internacional e da ONG Médicos Sem Fronteira.
Hala Misrati, símbolo da resistência
Hala Misrati é um dos símbolos da resistência à agressão imperialista no país. Em agosto passado, quando as milícias “rebeldes” já combatiam em Trípoli, a apresentadora de televisão protestou ao vivo diante das câmeras. De revólver em punho, ela afirmou que “com esta arma morrerei ou matarei”. Ela garantiu que não aceitaria entregar a emissora para o controle dos mercenários e concluiu: “Protegerei meus companheiros e nos converteremos em mártires”.
Com a derrubada e o assassinado de Kadafi, ela foi presa e exibida como um “troféu” pelos mercenários. Sua última aparição diante das câmeras se deu em 30 de dezembro passado. Ela apareceu em silêncio, segurando uma folha com a data da gravação, e com o rosto cheio de hematomas. O boato que circulou no país é que tinham cortado sua língua. Depois disso, mais ninguém soube do paradeiro de Misrati
O silêncio da mídia mercenária
O tirânico Conselho Nacional de Transição (CNT), que já acertou os detalhes da entrega do petróleo para as nações imperialista, evita se pronunciar sobre os atentados aos direitos humanos na Líbia. Além de não garantir julgamento justo aos presos políticos, ele incentiva as crueldades patrocinadas pelas milícias. Segundo a Anistia Internacional, a violência está totalmente “fora do controle” neste sofrido país – alvo da cobiça dos EUA e da Europa.
A mídia hegemônica também é cúmplice desta barbárie. Ela difundiu a imagem de que os “rebeldes” promoveriam a “democracia ocidental” e os direitos humanos na Líbia – e, infelizmente, muita gente se iludiu com essa propaganda mentirosa, sendo pautada pela imprensa. Atacaram Kadafi não pelos seus erros, que foram muitos, mas sim para defender os interesses das potências capitalistas.
Agora, a mesma mídia evita dar destaque às torturas e assassinados patrocinados pela “sua” milícia de mercenários. Cadê as matérias sensacionalistas da TV Globo sobre a Líbia? Cadê os “calunistas” de plantão da mídia colonizada? Cadê a gritaria em defesa dos direitos humanos das associações patronais?

Processo de Independência do Brasil


Tela de Pedro Américo, Brasil independente
O processo que culminou na “independência” política do Brasil, em 7 de setembro de 1822, se deu em respostas a mudanças no sistema econômico, já em curso desde o século XVII, na Europa.A Revolução Inglesa, que pôs fim ao Absolutismo monárquico naquele país, abre as portas para essas mudanças e prepara o mundo para uma nova Era: a Revolução Industrial.
É fato que o Antigo Regime já estava em franca decadência na Europa, as ideias Iluministas, abriam caminho para o Liberalismo e foram amplamente acolhidas pela burguesia. Esta, por sua vez, já vinha concentrando recursos financeiros desde o Século XIV, e agora desejava mais: desejava o controle político, para impor cada vez mais seus projetos econômicos.É dentro desse marco histórico que se encontra a América Latina, e o seu grande potencial econômico para manter a máquina produtiva inglesa.
Os Movimentos de Emancipação
É fato que a presença portuguesa no Brasil já vinha sendo contestada em várias províncias. O Iluminismo e a rebeldia norte americana, com a independência das Treze Colônias, fizeram soprar os ventos de liberdade no Brasil. Não será por outro motivo que ocorrerá dois movimentos rebeldes, um em Minas e outro na Bahia. A Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana (ou Revolta dos Alfaiates).

Ilustrações sobre a Inconfidência Mineira
A Inconfidência Mineira
Inconfidência Mineira destacou-se por ter sido o primeiro movimento social republicano-emancipacionista de nossa história. Eis aí sua importância maior, já que em outros aspectos deixou muito a desejar. Sua composição social por exemplo, marginalizava as camadas mais populares, configurando-se num movimento elitista estendendo-se no máximo às camadas médias da sociedade, como intelectuais, militares, e religiosos. Outros pontos que contribuíram para debilitar o movimento foram à precária articulação militar e a postura regionalista, ou seja, reivindicavam a emancipação e a república para o Brasil mas na prática preocupavam-se apenas com problemas locais de Minas Gerais. O mais grave contudo foi à ausência de uma postura clara que defendesse a abolição da escravidão. O desfecho do movimento foi assinalado quando o governador Visconde de Barbacena, suspendeu a derrama (cobrança violenta do saldo em ouro devido à Metrópole pela população), após ser informado por Joaquim Silvério dos Reis dos planos Inconfidentes , que seriam desfechados durante a derrama, e serviria de pretexto para deflagrar a revolta. O que levou ao esvaziamento da conspiração, iniciando prisões acompanhadas de uma verdadeira devassa.
Os líderes do movimento foram presos e enviados para o Rio de Janeiro responderam pelo crime de inconfidência (falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Todos negaram sua participação no movimento, menos Joaquim José da Silva Xavier, o alferes conhecido como Tiradentes, que assumiu a responsabilidade de liderar o movimento. Após decreto de D. Maria I é revogada a pena de morte dos inconfidentes, exceto a de Tiradentes. Alguns tiveram a pena transformada em prisão temporária, outros em prisão perpétua. Cláudio Manuel da Costa morreu na prisão, onde provavelmente foi assassinado.
Tiradentes, o de mais baixa condição social, foi o único condenado à morte por enforcamento. Sua cabeça foi cortada e levada para Vila Rica. O corpo foi esquartejado e espalhado pelos caminhos de Minas Gerais (21 de abril de 1789). Era o cruel exemplo que ficava para qualquer outra tentativa de questionar o poder da metrópole.
Conjuração Baiana
Em 1798,nove anos mais tarde ,iniciava na Bahia a Revolta dos Alfaiates, também chamada de Conjuração Baiana. A influência da loja maçônica Cavaleiros da Luz deu um sentido mais intelectual ao movimento que contou também com uma ativa participação de camadas populares como os alfaiates João de Deus e Manuel dos Santos Lira. Eram pretos, mestiços, índios, pobres em geral, além de soldados e religiosos. Justamente por possuir uma composição social mais abrangente com participação popular, a revolta pretendia uma república acompanhada da abolição da escravidão. Controlado pelo governo, as lideranças populares foram executadas por meio de enforcamento para darem o exemplo.


Revolta dos Alfaiates-BA






Os príncipais líderes da revolta
Outros Movimentos Separatistas
Outros movimentos de emancipação também foram controlados, como a Conjuração do Rio de Janeiro em 1794, a Conspiração dos Suaçunas em Pernambuco em, 1801 e a Revolução Pernambucana de 1817. Esta última, já na época que D. João VI havia se estabelecido no Brasil. Apesar de contidas todas essas rebeliões foram determinantes para o agravamento da crise do colonialismo no Brasil, já que trouxeram pela primeira vez os ideais iluministas e os objetivos republicanos.
Bloqueio Continental e a chegada da Família Real ao Brasil

Chegada da Família Real ao Brasil, Jean Baptiste Debret

A Revolução Francesa, principal movimento burguês, ocorrido na Europa, que marca o fim da Idade Moderna e início da Idade Contemporânea, será o principal motivo para a vinda da Família Real ao Brasil.
O movimento revolucionário na França, chega ao seu fim com o Golpe do Dezoito Brumário, em 1799, que culmina na chegada de Napoleão Bonaparte ao poder. Já em 1804, coroado imperador, Bonaparte inicia sua expansão territorial pela Europa, ameaçando de invasão todos os países que não cumprirem o bloqueio econômico, por ele imposto à Inglaterra.
Portugal e Espanha, grandes devedoras dos ingleses, não conseguem cumprir a determinação napoleônica, e sofrem invasões em seus territórios e perdas de seus tronos. Para Espanha, esse processo culminará na independência de seus territórios na América, através das Guerras de Independência. Para o Brasil, o caminho será outro.
D. João VI, príncipe regente de Portugal, em fuga organizada e patrocinada pela Inglaterra, chega ao Brasil em 1808, o que determinará na prática o fim do Pacto Colonial.
Se o que define a condição de colônia é o monopólio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as relações de dependência com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal.
Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores, além de enfraquecer o Bloqueio Continental imposto por Napoleão aos produtos ingleses na Europa..
Com a assinatura dos Tratados de 1810(Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês. Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI retorna para Portugal e seu filho, D. Pedro, que aqui fica, com o objetivo de fazer uma transição pacífica de poder, aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira, que sentia-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de independência na América Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas.
Enfim ,o Sete de Setembro

Pedro Américo e a grandeza que não houve no 7 de setembro
Após a volta de D. João VI para Lisboa, D. Pedro assuma as rédeas da colônia. Por sua vez a aristocracia rural e os comerciantes temendo perder sua liberdade de comércio, começam a pressionar D. Pedro a romper com Portugal.
Dia do Fico
Os liberais portugueses não admitem perder seus lucros com o fim do Pacto Colonial e passam a pressionar D. Pedro a voltar para Portugal. Entretanto, D. Pedro tinha planos de ficar e se tornar o novo imperador do Brasil. Assim, em 09 de janeiro de 1822, sob forte pressão popular D. Pedro se recusa a voltar a Portugal. É o famoso Dia do Fico.
Sete de Setembro
No final de agosto de 1822, D. Pedro viaja para São Paulo,com o objetivo de fechar acordos com as elites paulistas no caso da ruptura com Portugal ocorrer.A margem do rio Ipiranga, recebe uma carta vinda de Portugal exigindo sua volta imediata ao país, sob risco das tropas portuguesas de invadirem o Brasil, e criando novas normas a serem adotadas pela colônia. D. Pedro não aceita e proclama a independência do Brasil.
A guerra de independência brasileira,é bem mais curta do que da América espanhola. O imperador sendo português e com a mediação da Inglaterra o processo de transição foi bem mais fácil.
A construção da nação brasileira, veio através do império, o que evitou que o país se esfacelasse em vários territórios como aconteceu com a América espanhola. Mas a nação brasileira nasce comprometida até os ossos com o capital inglês, e dele será dependente até o final da Segunda Guerra Mundial, sem contar que não há uma reestrutura social e muito menos distribuição de terras. Na prática a “independência” se deu nos marcos dos interesses das elites brasileiras e inglesas.
Fontes:
MORENO,Jean e VIEIRA,Sandro.História, Cultura e Sociedade;Ed. Positivo;Curitiba,2010.
Ilustrações:
http://profcelloto.blogspot.com/


Por: Denise Olivieira, fevereiro, 2012




sábado, 18 de fevereiro de 2012

Quem é a Execeção?



A fotografia é de 1936 e retrata uma multidão reunida em Hamburgo durante o lançamento de uma embarcação naval alemã nazi que todos saudaram menos um que, pelo contrário, cruzou os braços, numa atitude extremamente corajosa, na altura, pois podia morrer por isso.
O indivíduo passou despercebido durante muitos anos até que a filha o identificou e disse chamar-se August Landmesser, um digno trabalhador do estaleiro de Hamburgo que, pese embora a sua atitude solitária, não deixou de a marcar na ocasião e para todo o sempre. Hoje, passados mais de 75 anos, admiramos a sua integridade nesse tão simples mas corajoso gesto.
Mas há mais: sabe-se agora que August era alemão e pertenceu ao partido Nazi mas como casou com uma mulher judia, foi imediatamente expulso do partido e imediatamente preso, por “desonrar a raça”, sendo apenas libertado para ser enviado para a frente de batalha nazi, onde veio a ser morto.
Deixou duas filhas, Ingrid e Irene, e uma mulher que também foi presa pela polícia do regime, a Gestapo. As filhas foram separadas: Ingrid foi deixada ao cuidado da avó materna, enquanto Irene foi entregue a uma família de acolhimento.
Esta história da família Landmesser foi contada pela filha Irene num livro publicado em 1996 e acaba de ser recuperada e divulgada ao público da era digital por via de um blogue japonês que, com o auxílio rápido das redes sociais, já fez com que esta foto, no Facebook fosse partilhada por mais de 26 mil pessoas.

Sr. Landmesser e seu protesto silitário.

Fonte: http://anarquinfo.blogspot.com/
Vale a pena conferir esse blog...muito bom!
Por:Denise Oliveira/fevereiro-2012

PCB - Olga Benario Prestes: aos que lutam por um mundo melhor

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