domingo, 27 de outubro de 2013

Greve na Educação: 2013, o ano que não terminou





Professores em vigilia dia 01.10.13

O ano de 2013, é  para todos que estão na luta o ano mais importante do século XXI. Ano que entrou para história, e tenho muito orgulho de estar fazendo parte dessa história.
Desde abril, o Rio de Janeiro está nas ruas, primeiro pela causa indígena- Aldeia Maracanã, a primeira grande vitória contra esse (des) governo insano do PMDBosta,  e seus (des)governador, o completamente insano, Sergio Cabral, e (des)prefeito Eduardo Paes.
Entre junho/julho outros (des)governadores e (des)prefeitos de outros estados brasileiros, resolveram aumentar as passagens dos coletivos, e aí as ruas se encheram. A (des)presidenta sofreu na pele toda a ira da população, não refém dos seus fajutos planos populistas de assistência(ou melhor) de fazer do povo seu refém eleitoral.
As manifestações de junho/julho perpassaram ao aumento de simples passagens, e passaram a cobrar por melhorias na saúde e na educação.
Em agosto, mais precisamente no dia 08, as redes estadual e municipal do RJ entraram em greve, justamente pela melhoria no sistema educacional, para cobrar desses (des) governador e prefeito mas respeito ao profissional da educação e a população, que se vê confinada a receber as piores orientações educacionais e  assim, continuar refém de planos que de nada a fazem crescer. Logo a seguir(10/08) entrou a rede Fatec, também em greve.
À nossa greve esteve presente a truculência do estado, na figura da Polícia Militar, braço armado da repressão as insatisfações populares. Afinal, desde a República Café com Leite, que os problemas sociais, são tidos como caso de polícia. O ápice dessa violência se deu entre os dias 28/09 e 01.10. Não que não tivesse ocorrido em outros momentos, como 04 e 10.09 quando os profissionais da rede estadual respectivamente ocuparam a SEEDUC e a ALERJ, nesses dois momentos a repressão foi grande, porém a desocupação da Câmara de Vereadores e a total falta de vergonha desse governo em aprovar o Plano de Cargos e Salário da rede municipal, fizeram desses dias, algo que jamais se tinha visto numa democracia. A verdadeira face violenta do governo, na sua insanidade de passar a todo custo um projeto que irá destruir todo o futuro da juventude carioca.
Porém, como toda moeda tem duas faces, essa repressão descabida aos profissionais da educação na Av. Rio Branco, que se tornou uma praça de guerra, não saiu barato ao governador e prefeito. Estampamos as capas dos principais jornais pelo mundo a fora, e a comissão de Direitos Humanos e a OAB foram duras com toda essa violência. Mas, também a população tomou ciência do que estava acontecendo. Não estavam batendo e atirando bombas de lacrimogêneo em baderneiros mascarados. Mas sim na professora do meu filho!
É neste contexto, que percebo o quanto a nossa greve foi vitoriosa. Mesmo com poda pressão (ameaças de corte de ponto, processos administrativos e multas pesadas ao SEPE), a nossa greve revelou ao pai do aluno o quanto ele esta sendo enganado, ludibriado em seu direito de ser gente, de ganhar conhecimento, de se tornar livre de PACS e Bolsa Família.

No dia 15.10, dia do professor, uma gigantesca passeata, com 70/80 mil pessoas na Av. Rio Branco, o governo enlouquecido, pois o bater não surtiu efeito. Então toda loucura do insano que  temporariamente esta à frente do governo do RJ, se fez valer mais uma vez. Criminalizar o movimento, voar no acampamento da Câmara de Vereadores, e prender 150 pessoas, para amedrontar quem ainda insiste em estar nas ruas, cobrando o que é de direito. Mas uma vez não deu certo. Continuamos e continuaremos na rua!
Nesse dia, diante de tanta pressão, o (des) governo federal entra em ação, na figura de um sinistro-ministro, Luis Fux, endividado politicamente até os ossos, com esses insanos do RJ. Esse sinistro-ministro acena com um acordo. Na verdade, não era acordo, e sim chantagem. Uma chantagem que o nosso sindicato, guiado por pessoas traidoras, motivadas por seguir carreira política, aceitaram de pronto.
A traição veio em cheio sobre a categoria: ou a greve acaba, ou vamos processar, demitir e cobrar a dívida do sindicato. A categoria, ainda assim resistiu, mas a assembléia de  24.10, lotada de pessoas estranhas à categoria, acabou vencendo na votação. Voltaremos às salas de aula sim, mas a tarefa agora é outra. Destruiremos o SAERJ, colocaremos o RJ no pior lugar de ranking dentre os estados e colocaremos em pior lugar ainda no mundial. Vocês tem bombas, chantagens, e um bando de pelegos safados que só pensam em suas aspirações política. Nós, professores que estamos em sala de aula, temos a população. Não temos bombas, balas de borracha , teaser(arma que dá choque elétrico), ou as bolas vermelhas que queimam as pernas(não sei o nome daquilo, mas tomei uma na canela), mas temos a palavra, a honra e a população do nosso lado.
Volto na segunda feira, 28.10 às salas de aula, a SEEDUC cortou o ponto facultativo na esperança de esvaziar a passeata dos servidores públicos, mas só esqueceu de um detalhe, somente quem trabalha nesse dia à noite não poderá ir, todos que trabalham manhã ou tarde(meu caso) estaremos lá. Quem não trabalha nesse dia também estará. Essa passeata é aberta a toda população, e sairá da Candelária após às 18 horas. Ou seja, mais uma jogada suja que não reverterá a favor desses canalhas que pensam que podem conosco.
A greve das três redes acabou sim, mas engana-se quem acha que sairemos das ruas, que sairemos da luta, que não infernizaremos, governo e sindicato vendidos.
A luta continua, capitalismo a culpa é sua!


Por: Denise Oliveira, Prof. Docente I-História- Rede Estadual de Educação, 26/10/2013