quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Palestina: Diário da ocupação sionista da Palestina




Ações do exército israelense contra palestinos e seus bens
Por: Baby Siqueira Abrão-Correspondente no Oriente Médio/Brasil de Fato

Aqui você pode acompanhar as ações do exército e da polícia de Israel contra a população palestina. Lembramos que essas ações constituem violações de direitos humanos e que Brasil de Fato decidiu publicá-las por ter a certeza de que o respeito a esses direitos é a base para a sociedade justa e livre que todos nos esforçamos por construir.
Uso de armas de fogo
O exército feriu 4 civis, inclusive uma mulher, na Cisjordânia e em Gaza.
Na Cisjordânia, os soldados usaram de força excessiva para dispersar as manifestações não violentas contra o muro e as colônias. O resultado: 3 feridos, dezenas de ativistas palestinos, israelenses e estrangeiros vítimas da inalação de gás lacrimogêneo, 5 civis palestinos presos, inclusive uma mulher.
Na região central de Gaza, uma mulher foi ferida quando os soldados abriram fogo. Ela apascentava seus animais.
Em 6 de janeiro, 3 grupos de artilharia bombardearam áreas ao norte de Gaza, aterrorizando, em particular, crianças e mulheres.
Dados fornecidos pelo Palestinian Center for Human Rights, Gaza, Palestina. Para conhecer os detalhes de cada caso, acesse www.pchrgaza.org/portal/en/index.php?option=com_content&view=article&id=....
Incursões militares
Foram feitas 68 incursões nas diversas vilas da Cisjordânia, durante as quais 20 civis foram presos, incluindo uma criança e um professor universitário.
Em Gaza, uma incursão foi realizada na região norte e em áreas pertencentes a palestinos que o exército já havia destruído.
Ataques a pescadores de Gaza.O exército israelense prendeu 4 pescadores e confiscou o bote em que eles trabalhavam.
Restrições de movimento.
Gaza
As passagens que ligam Gaza ao mundo exterior continuam fechadas, provocando impactos desastrosos na situação humanitária e econômica da faixa costeira.
Aproximadamente 80% dos civis em Gaza continuam dependendo de ajuda alimentar da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) e de outras organizações assistenciais.
Cerca de 40% da mão de obra permanece desempregada, em conseqüência do bloqueio imposto por Israel, que levou ao fechamento de maioria das atividades econômicas de Gaza.
Cisjordânia
Cerca de 1/3 da Cisjordânia, incluindo Jerusalém oriental, é inacessível para os palestinos. Para entrar nesses locais eles precisam de autorizações do exército israelense, cuja obtenção é dificílima.
Civis continuam a ser ameaçados pelo exército em Jerusalém e na Cisjordânia. São regularmente parados e perseguidos nas ruas pelos soldados.
Cerca de 585 checkpoints e bloqueios em estradas impedem a livre movimentação de palestinos na Cisjordânia.
Ao menos 65% das principais vias de acesso a 18 comunidades palestinas na Cisjordânia foram fechadas ou são controladas pelo exército israelense.99% do muro da anexação foram construídos em terras confiscadas à Palestina, impedindo o acesso da população a vilas e plantações.
Esforço para criar maioria judaica em Jerusalém oriental
Em 5 de janeiro, o exército israelense foi à vila de al-‘Eizaruya e demoliu duas oficinas de corte de pedras. Numa delas, de 100 m2, foram destruídas pedras no valor de 30 mil shekels e confiscadas outras no valor de 95 mil shekels. Na segunda oficina, de 30 m2, os soldados destruíram pedras que valiam 15 mil shekels.
No mesmo dia, foi demolida uma loja de venda de pedregulho, de 200 m2, além de um estacionamento de 30m2.
Em 10 de janeiro, o exército confiscou e devastou centenas de dunums (medida de área) de terras pertencentes a palestinos nas vilas de al-‘Eissawiya e al-Tour, sob a alegação de construir ali um jardim bíblico. Com essa construção, al-‘Essawiya ficará totalmente isolada, cercada por colônias israelenses.
Atividades de colonização
Em 5 de janeiro, o exército israelense destruiu 3 casas pertencentes a palestinos em al-Qassab, na vila de al-Dyouk, em Jericó, alegando que foram construídas sem permissão.
No mesmo local, os soldados entregaram avisos de demolição de casas a diversos civis palestinos.
Também informaram a breve destruição de várias torres de eletricidade e de transmissão de energia elétrica.
Em 11 de janeiro, um grupo de colonos israelenses pôs fogo a 3 veículos pertencentes a palestinos da vila de Deir Estia, noroeste de Salfit. Também escreveram frases hostis nas paredes da mesquita Imam Ali, perto de mesquitas já queimadas. Um grande número de testemunhas informou ter visto um carro com placas de Israel deixando a vila após o ataque.


Crédito: Pátria Latina
Texto: / Postado em 17/01/2012 ás 22:07h
Por Denise Oliveira,janeiro/2010








terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Liberdade para Mahmoud Zwahre e Yosef Haq,amigos do MST e da Via Campesina Presos Pelo Governo Fascista de Israel





Classificado em Movimentos - Popular
Crédito: Indymedia
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA
MST BRASIL
São Paulo-Brasil, 13 de janeiro de 2012.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST vem a público para denunciar a prisão ilegal de Mahmoud Zwahre (liderança dos Comitês Populares-Palestina) e do Dr. Yousef Abdel Haq (intelectual palestino de esquerda, de 70 anos, grande militante da luta contra a ocupação israelense).
Os dois companheiros são amigos do MST e da Via Campesina, e apóiam a luta dos trabalhadores do Brasil por terra e reforma agrária.
O companheiro Yousef esteve contribuindo como expositor no 1º. Encontro de Camponeses, Trabalhadores Rurais e Pescadores da Palestina, organizado pela União dos Comitês de Trabalho Agrícola (UAWC-Palestine), MST (Brasil), Centro de Informação Alternativa (AIC-Palestine), União dos Comitês de Mulheres Palestinas (UPWC-Palestine) e MUNDUBAT, em novembro de 2011. Ele emocionou a todos com suas palavras de solidariedade para com as lutas populares do povo brasileiro e sobre a necessidade de unir os movimentos sociais do Brasil e da Palestina na luta pela construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
O companheiro Mahmoud nos honrou com sua presença no 1º. Encontro Nacional de Solidariedade ao Povo Palestino, que ocorreu em novembro de 2011 na Escola Nacional Florestan Fernandes, a nossa escola de formação política, em São Paulo – Brasil. Além de falar sobre a importância da resistência popular civil nas diversas vilas e cidades palestinas, ele conheceu as lutas de trabalhadores rurais e urbanos, e nos ajudou a compreender melhor a situação de apartheid imposta por Israel ao povo palestino.
Os dois são companheiros e amigos d@s trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
Nós, do MST, convocamos todas as forças progressistas, populares e de esquerda do Brasil a repudiar este ato ilegal do Estado colonialista israelense. Dos campos e cidades de nosso imenso país enviamos um grande e fraterno abraço de solidariedade aos lutadores Mahmoud e Yousef, com a certeza de que nada nem ninguém pode deter um povo que luta pela sua libertação.
A luta do povo palestino por sua terra, por democracia, justiça, transformações sociais e pelo retorno dos refugiados é um direito inalienável.
A resistência popular palestina é uma luta legítima pela libertação nacional, por soberania e autodeterminação e não pode ser criminalizada.
Pelo fim da ocupação israelense na Palestina!
LIBERDADE PARA MAHMOUD ZWAHRE E YOUSEF ABDEL HAQ!
LIBERDADE PARA TODOS OS PRESOS POLÍTICOS PALESTINOS!
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA- MST BRASIL
Créditos:www.pcb.org.br
Por Denise Oliveira/janeiro,2012


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Os Cavalheiros de Deus-Breve História dos Cavaleiros Templários


Ordem dos Templários

A misteriosa aura que se criou em torno dos templários os transformou em um dos mais famosos monges cavalheiros da Idade Média que tinham como missão levar a guerra aos inimigos de fé.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão mais conhecida como Ordem dos Templários, Ordem do Templo ou Cavaleiros Templários (algumas vezes chamados de: Cavaleiros de Cristo, Cavaleiros do Templo, Pobres Cavaleiros, etc), foi uma das mais famosas Ordens Militares de Cavalaria. A organização existiu por cerca de dois séculos na Idade Média, fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquistaA Ordem foi fundada por Hugo de Payens em 1118, com o apoio de alguns cavaleiros e do novo rei de Jerusalém, Balduíno II, após a Primeira Cruzada, com a finalidade de proteger os peregrinos que tentassem chegar em Jerusalém, porém eram vítimas de ladrões, e a Terra Santa dos ataques dos muçulmanos mantendo os reinos cristãos que as Cruzadas haviam fundado no Oriente.
Oficialmente aprovada pela Igreja Católica pelo papa Honório II em torno de 1128, a ordem ganhou isenções e privilégios, dentre os quais o de que seu líder teria o direito de se comunicar diretamente com o papa. A Ordem tornou-se uma das favoritas da caridade em toda a cristandade, e cresceu rapidamente tanto em membros quanto em poder; seus membros estavam entre as mais qualificadas unidades de combate nas Cruzadas e os membros não-combatentes da Ordem gerenciavam uma vasta infra-estrutura econômica, inovando em técnicas financeiras que constituíam o embrião de um sistema bancário, e erguendo muitas fortificações por toda a Europa e a Terra Santa.
O crescimento vertiginoso e ogrande prestígio na Europa, se deu ao fervor religioso da época e à sua incrível força militar. Os Papas guardaram a ordem acolhendo-a sob sua imediata proteção, excluindo qualquer intervenção de qualquer outra jurisdição fosse ela secular ou episcopal. Não foram menos importantes também os benefícios temporais que tal Ordem recebeu dos soberanos da Europa.


Primeira sede-Mesquita de Al-Aqsa ou Templo de Salomão
A primeira sede dos Cavaleiros Templários, foi a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, o Monte do Templo. Os Cruzados chamaram-lhe de o Templo de Salomão, pois foi construído em cima das ruínas do Templo original, e foi a partir desse local que os cavaleiros tomaram seu nome de Templários.
As Cruzadas foram guerras proclamadas pelo papa, em nome de Deus, e travadas como se fossem uma iniciativa do próprio Cristo para a recuperação da propriedade cristã ou em defesa da Cristandade. A Primeira Cruzada foi pregada pelo papa Urbano II, no Concílio de Clermont, em 1095. A justificativa tinha como fundamento a recuperação da herança de Cristo, restabelecer o domínio da Terra Santa e a protecção dos cristãos contra o avanço do Islã. Esta dupla causa foi comum a todas as outras expedições contra as terras pertencentes aos reinos de Alá e, desde o princípio, deram-lhes o carácter de peregrinações.
As cruzadas tomaram Antioquia (1098) ,Jerusalém (1099) e estabeleceram o principado de Antioquia, o condado de Edessa e Trípoli e o Reino Latino de Jerusalém, os quais sobreviveram até 1291. A esta seguiram-se a Segunda Cruzada, (1145-48) e a Terceira, (1188-92) no decorrer da qual Chipre caiu sob domínio latino, sendo governado por europeus ocidentais até 1571. A Quarta Cruzada (1202- 04) desviou-se do seu curso, atacou e saqueou Constantinopla (Bizâncio), estabelecendo domínio latino na Grécia. A Quinta Cruzada (1217- 21) foi a primeira do rei Luís IX da França. Contudo, houve também um grande número de empreendimentos menores (1254 -91), e foram estes que se converteram na forma mais popular de cruzada.
"Um Cavaleiro Templário é verdadeiramente, um cavaleiro destemido e seguro de todos os lados, para sua alma, é protegida pela armadura da fé, assim como seu corpo está protegido pela armadura de aço. Ele é, portanto, duplamente armado e sem ter a necessidade de medos de demônios e nem de homens."
Bernard de Clairvaux, c. 1135, De Laude Novae Militae—In Praise of the New Knighthoo
 O poder da Ordem tornou-se tão grande que, em 1139, o papa Inocêncio II emitiu um documento declarando que os templários não deviam obediência a nenhum poder secular ou eclesiástico, apenas ao próprio papa.
Um contemporâneo (Jacques de Vitry) descreveu os Templários como "leões de guerra e cordeiros no la".r; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos''
Levando uma forma de vida austera, não tinham medo de morrer para defender os cristãos que iam em peregrinação a Terra Santa. Como exército nunca foram muito numerosos: aproximadamente não passavam de 400 cavaleiros em Jerusalém no auge da Ordem. Mesmo assim, foram conhecidos como o terror dos maometanos. Quando presos rechaçavam com desprezo a liberdade oferecida em troco da apostasia, permanecendo fiéis à fé cristã.


       
Castelo de Almouri, fundado pelo mestre Galdim Pais

O Domo da Rocha,estrutura do Monte do Templo




Planta do Templo Salomão 
Crescimento da ordem e a perda de sua missão
Com o passar do tempo a ordem ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder político, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente.
Também começaram a ser admitidas na ordem, devido à necessidade de contingente, pessoas que não atendiam aos critérios que eram levados em conta no início. Logo, o fervor cristão, a vida austera e a vontade de defender os cristãos da morte deixaram de ser as motivações principais dos cavaleiros templários. A partir deste momento, os templários começaram a serem vistos como negociantes oportunistas, interessados apenas em acumular riqueza e fortalecer sua poderosa rede de influência entre reis e o Alto Clero.
A riqueza da ordem atrai o Estado e a igreja Católica
O rei Filipe IV de França interessado nos bens dos Templários, criou uma estratégia de descrédito à Ordem, acusando-os de heresia.
A ordem de prisão foi redigida em 14 de Setembro de 1307 dia da exaltação da Santa Cruz, e no dia 13 de Outubro de 1307 (uma sexta-feira) o rei obrigou o comparecimento de todos os templários da França. Os templários foram encarcerados em masmorras e submetidos a torturas para se declararem culpados de heresia, no pergaminho redigido após a investigação dos interrogatórios, no Castelo de Chinon, no qual Filipe IV de França, influenciado por Guilherme de Nogaret havia prendido ilicitamente o último grão-mestre do Templo e alguns altos dignitários da Ordem.
Da perda de sua missão, o que caracterizou não mais uma vida austera como no início da ordem, se aproveitou Filipe, o Belo, para se apoderar dos bens da Ordem, acusando-a de ter se corrompido. Ele encarcerou os Superiores dos Templários, e, depois de um processo iníquo, os fez queimar vivos, pois obtivera deles confissões sob tortura, que eram consideradas nulas pelas leis da Igreja e da Inquisição, bem como pelos Concílio de Vienne (França) em 1311 e Concílio regional de Narbona (França) em 1243.



Rei Filipe IV/ Felipe, o Belo
 O chamado "Pergaminho de Chinon" ao declarar que Clemente V absolveu a Ordem das acusações de heresia, e que deu a absolvição ao último grão-mestre, Jacques de Molay, e aos demais cavaleiros, suscitou a reação da monarquia francesa, de tal forma que obrigou o papa Clemente V a uma discussão ambígua, sancionada em 1312, durante o Concílio de Vienne, pela bula Vox in excelso, a qual declarava que o processo não havia comprovado a acusação de heresia, porém a acusação de oportunismo político e da perda da missão religiosa inicial se manteve. O que causará enfraquecimento e queda histórica da Ordem dos Templários.
A destruição da Ordem do Templo propiciou ao rei francês não apenas os tesouros imensos da Ordem (que estabelecera o início do sistema bancário), mas também a eliminação do exército da Igreja, o que o tornava senhor rei absoluto, na França.Nos demais países a riqueza da ordem ficou com a Igreja Católica.
Na sua ira, DeMolay teria chamado o rei e o Papa a encontrá-lo novamente diante do julgamento de Deus antes que aquele ano terminasse - apesar de este desafio não constar em relatos modernos da sua execução. Filipe, o Belo e Clemente V morreram ainda no ano de 1314.
Após a descoberta nos Arquivos do Vaticano, da acta de Chinon, assinada por quatro cardeais, declarando a inocência dos Templários, sete séculos após o processo, o mesmo foi recordado em uma cerimónia realizada no Vaticano, a 25 de outubro de 2007, na Sala Vecchia do Sínodo, na presença de Monsenhor Raffaele Farina, arquivista bibliotecário da Santa Igreja Romana, de Monsenhor Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto do Vaticano, de Marco Maiorino, oficial do Arquivo, de Franco Cardini, medievalista, de Valerio Manfred, arqueólogo e escritor, e da escritora Barbara Frale, descobridora do pergaminho e autora do livro "Os templários".
O Grão Priorado de Portugal esteve representado por Alberto da Silva Lopes, Preceptor das Comendadorias e Grão Cruz da Ordem Suprema e Militar dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.
A Organização da Ordem Templária
Subordinação: Papado
Missão: Ordem militar do cristianismo ocidental
Denominação: Ordem do Templo
Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão
Criação: 1119
Extinção: 1312
Patrono: São Bernardo de Claraval
Lema: Não para si, mas para Deus
Vestimentas: Manto branco com uma cruz vermelha
História
Guerras/batalhas: As Cruzadas, incluindo:
Cerco de Ascalon (1153),
Batalha de Montgisard (1177),
Batalha de Hattin (1187),
Cerco de Acre (1190-1191),
Batalha de Arsuf (1191),
Cerco de Acre (1291)
Reconquista
Logística
Efetivo: Entre 15.000 a 20.000 membros em seu ápice, 10% dos quais eram cavaleiros
Comando
Primeiro Grão-Mestre: Hugo de Payens
Último Grão-Mestre: Jacques de Molay
Contato
Quartel-general: Monte do Templo, Jerusalém


Inquisição, pena aplicada ao Mestre Molay
Bibliografia:
Revista BBC História, ano 1, edição n° 4, editora, Tríada, 2010
Vídeo: O cavaleiro Templário, dublado e completo-
Imagens:
Por: Denise Oliveira/Jan.2011







quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A Era Vargas- 1930/1945



Getúlio Vargas 1930/1945

Apresentação
"Estava devendo a continuação do artigo Brasil Oligárquico, publicado  há alguns meses atrás, pois bem aqui vai a continuação da nossa História Política e Econômica do Brasil. Neste período que conheceremos agora, mudanças relativamentes importantes ocorreram, porém a tão sonhada mudaça estrutural e social, não viria com Vargas, aliás ainda não veio com nenhum presidente de uma República comprometida com os intesses burgueses e com pouca vontade política de mudar o quadro de pobreza , concentração de terra e má destribuição de riqueza que nos acompanha desde 1500. "
Introdução
Getúlio Vargas foi,provavelmente, uma das maiores personagens da história republicana brasileira . Populista ,negociador , escorregadio e ditador. Esse foi Vargas...amado por muitos, detestado por alguns e questionado por todos.
A Crise do Café
O ano de 1930, foi difícil para os cafeicultores brasileiros. A Crise iniciada em outubro de 1929, e a recessão econômica mundial levaram o preço do café a despencar e com ele as oligarquias dominantes até então no país.
A crise de 1929, abalou vários países. O principal motivo foi à superprodução da indústria norte-americana, que cresceu além das necessidades dos mercados internacionais. O ápice da crise em outubro de1929, levou a falência inúmeras empresas e desemprego em massa.
Com a redução das vendas, os comerciantes norte-americanos reduziram as compras o que afetou gravemente a economia dos países dependentes das importações norte-americanas. Os cafeicultores brasileiros, deixaram de vender milhões de sacas de café, o que causou inúmeras falências por aqui e a recessão.
A crise do café afetou todas as áreas da economia brasileira, já que tudo por aqui, circulava em torno do café, pelo valor das exportações e por toda importação que o café custeava, além das estradas de ferro, e dos portos. A rarefeita indústria brasileira, também dependia do café para sobreviver, já que era o dinheiro vindo do café que movia a urbanização das cidades e modernizava a vida social brasileira. Portanto, a crise do café afetava tanto ao trabalhador da lavoura ao banqueiro mais rico,passando pelo empresário fabril e os donos de portos.Enfim, o café movia o país.


Crise de 1929, derrubando as economias mundias
 A Crise Política
O enfraquecimento dos cafeicultores também levou a crise das oligarquias políticas, centrada no poder dos fazendeiros paulistas, contribuindo para desestruturar as bases políticas da República Velha,ou, Primeira República, ou República Café com Leite. Essa desestabilização se manifestou na sucessão presidencial de Washington Luís,nas eleições de 1930.
As elites paulista e mineira não chegaram a um consenso sobre o nome a ser indicado. Os políticos da situação indicaram Julio Prestes, pelo PRP (Partido Republicano Paulista), que era na época, governador do estado. Os mineiros apoiavam o nome de Antonio Carlos Ribeiro, governador de Minas, pelo PRM, Partido Republicano Mineiro. O rompimento entre as elites mineiras e paulistas, agitou as oposições e deu espaço para o surgimento da Aliança Liberal (AL).

Pres.Washington Luís, último presidente da República café com Leite
 ALIANÇA LIBERAL
Foi neste contexto de crise econômica puxando a crise política que surge a Aliança Liberal- AL. Agrupamento político que reunia os interesses, políticos e econômicos de grupos até então desconsiderados das elites do Rio Grande de Sul, Minas Gerais e Paraíba.
A Aliança Liberal, lançou o nome de Getúlio Vargas, governador do Rio Grande do Sul e João Pessoa, governador da Paraíba para vice-presidente. Em torno desses dois nomes criou-se alianças de setores descontentes com a política oligárquica, como os tenentes, que haviam se rebelado por toda década de 1920, tanto no RJ, quanto em SP e RS, numa tentativa clara de acabar com as oligarquias políticas vigentes, tanto de Minas, que desejava rever o poder perdido com o rompimento com o estado de SP.
A Aliança Liberal montou um programa de reformas cujos os principais pontos eram:
. Instituição do voto secreto, acabando assim com as fraudes eleitorais e as pressões dos coronéis dentro do pacto dos governadores, sobre seus trabalhadores e eleitores de suas regiões.
. Regulamentação de algumas leis trabalhistas, tais como: trabalho infantil e feminino.
.Incentivo a produção e desenvolvimento industrial a parte das necessidades dos cafeicultores.
Esse programa tinha grande aceitação entre as classes médias urbanas,militares ligados ao movimento tenentista ,operários e camponeses.
Bloco Operário Camponês
As reformas da Aliança Liberal encontraram congruência nas reivindicações dos camponeses e dos operários, o que fez nascer o Bloco Operário Camponês. Já haviam desde a década de 1910, reivindicações trabalhistas e a partir de 1922, com a fundação do Partido Comunista, até então ilegal no Brasil, essas reivindicações tornaram-se mais vibrantes no seio dos trabalhadores brasileiros, o que dará formação ao BOC (Bloco Operário Camponês), cuja as reivindicações são:
. Combate a plutocracia (poder das classes dominantes no controle político, jurídico e econômico).
. Cobrança de impostos somente às classes ricas.
. Habitações operárias.
. Obrigatoriedade do estado na educação primária.
. Voto secreto e obrigatório inclusive para as mulheres.
. Restabelecimento dos laços diplomáticos com a União Soviética, considerada pelo Bloco como aliada natural as lutas de classe e dos operários do mundo inteiro.
Nas eleições de 1930, o BOC lançou a candidatura do operário Minervino Oliveira, do Rio de Janeiro, que alcançou uma votação inexpressiva,mas foi o primeiro operário a se candidatar a presidência da República no Brasil.
As Eleições de 1930
Julio Prestes, candidato da situação ganhou as eleições, realizadas em 1 de março de 1930. A oposição não se conformou com a derrota, acusando o governo de usar fraudes para manter a situação favorável aos cafeicultores. Mas na verdade, os dois grupos usaram de extrema violência e uso de fraudes para garantir a vitória. O que não deixa dúvidas foi à eficácia do aparelho de estado em ratificar sua vontade, desta forma Julio Prestes apareceu com 50% dos votos contra 40% para Getúlio Vargas.
O Assassinato de João Pessoa e o levante Militar
Após as eleições,o clima esquentou em várias cidades do país, atingindo vários grupos sociais: operários, militares,profissionais liberais. O clima estava tão pesado, que atribiu-se ao governador de Minas Antonio Carlos Ribeiro,a célebre frase: façamos a revolução, antes que o povo a faça.
O que demonstrava a preocupação da AL, com as insatisfações populares e o medo do povo chegar ao poder,a ponto de agirem rápido para assumir o comando do país, antes que fosse tarde demais, e a classe dominante perdesse definitivamente o rumo da situação.
A insatisfação popular chegou ao seu ápice, quando João Pessoa foi assassinado na Paraíba.
O motivo do assassinato foi de ordem pessoa e passional. João Dantas, jornalista e ferrenho adversário político de João Pessoa, mantinha um caso amoroso com a professora Anays Beiriz. E toda a correspondência entre o casal era guardada na redação do jornal onde João Dantas trabalhava,o jornal foi invadido a mando de João Pessoa, e a correspondência veio a público humilhando o casal. Desta forma, João Dantas, acabou assassinando João Pessoa, que se encontrava no Recife.
O assassinato provocou um furor político levando a união das oposições contra o governo.
Em de 3 de outubro, iniciou-se uma luta armada no RS, que se espalhou por MG,PB e PE. O objetivo era impedir a posse de Julio Prestes, que se realizaria em 15 de novembro. Reconhecendo o avanço da guerra civil,militares do Rio de Janeiro,liderados pelos generais Mena Barreto e Tasso Fragoso, aliaram-se aos revoltosos e depuseram Washington Luís, em outubro, a poucas semanas do fim do seu mandato.
Em 3 de novembro de 1930, o Palácio do Catete é entregue a Getúlio Vargas, que chega ao Rio de janeiro pelos “braços do povo”. A História deu a esse episódio o nome de Revolução de 1930 1.
[1]. O termo Revolução só deve ser usado, quando mudamos o sistema político, social e econômico de uma nação. Não foi o que ocorreu em 1930 e nem em 1964. Desta forma, podemos dizer que houve golpes, que derrubaram o poder vigente por outro, em  nenhum dos casos houve mudança na estrutura social brasileira.- Nota da autora.


Povo nas ruas exigindo revisão nas eleições


Revolução de 1930
 














Governo Provisório- o combate as velhas estruturas
Ao chegar à presidência da República, Vargas tinha que respaldar os interesses das elites que o colocaram no poder, mas também rever os interesses da população, desta forma o governo tomou as seguintes medidas:
.Suspensão da constituição de 1891, que sustentava as oligarquias no poder.
.Fechamento do Congresso Nacional e Câmaras Municipais.
. Indicação de interventores militares nos estados, dando respaldo ao movimento tenentista.
.Reformas nas leis trabalhistas.
Na questão dos estados, o olhar de Vargas era no desmonte das estruturas da República Velha, que dava total apoio ao coronéis, através da Política dos Governadores. Os interventores tinham o objetivo, eliminar a força dos coronéis e combater o movimento cangaceiro, impondo aí, uma nova ordem vinda do Rio de Janeiro.
É neste contexto, que São Paulo, grande derrotado nesta nova ordem se mobiliza pela nova Constituição.
Movimento Constitucionalista-1932

Cartaz do Movimento Constitucionalista de 1932
 O governado Vargas, aos poucos foi se mostrando cada vez mais centralizador, demonstrando uma certa preocupação com as questões sociais, e um largo interesse nas riquezas naturais e desenvolvimento do país. Tudo isso assustou, principalmente os paulistas, que desejavam a volta dos benefícios até então, exclusivos ao estado.
Desta forma o Partido Republicano Paulista, adere ao Partido Democrático, que havia apoiado a Revolução de 1930,formando uma frente única em torno da decepção do interventor do estado, o carioca, João Alberto Lins e Barros para governar o Estado de São Paulo.
A oposição passou a exigir o nome de um civil, paulista para o governo do estado.Cedendo as pressões, o governo nomeia o interventor paulista, Pedro de Toledo. Mais ainda assim, SP, continuava suas reivindicações por novas eleições e um Constituição.
Instaurou em SP, um movimento civil Constitucionalista, que ganhou as ruas, protestando contra o governo federal. Em maio de 1932, quatro estudantes morreram em confronto com as tropas federais- Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, fato que exaltou ainda mais os âminos.
Sob a sigla dos nomes dos estudantes mortos, MMDC,se formou o símbolo de luta pela Constituição, e no dia 09 de julho de 1932, inicia-se a luta armada de SP contra o Brasil, ou melhor contra o governo Vargas.
A Revolta, Revolução ou Guerra Civil, mobilizou 300 mil homens armados em SP, para lutar contra o governo federal. As tropas eram formadas por soldados da polícia estadual (Força Pública), que aderiram ao movimento passando por cima, do interventor do estado,além dos voluntários civis. As fábricas passaram a produzir material bélico,tais como: capacetes, granadas, máscaras, lança chamas etc.
As tropas rebeldes acreditavam receber apoio dos outros estados, mas somente o Mato Grosso se engajou na luta.. Depois de três meses de lutas encarniçadas , muitos mortos e feridos, os combatentes paulistas foram derrotados pelas tropas legalistas,mais numerosas e fortemente armadas.
Porém a derrota bélica, não significa derrota política. O governo federal, tentou não mais se indispor com o estado mais rico da federação. Mesmo derrotados militarmente, os paulista tiveram uma grande vitória política, pois a Constituição saiu, em 1934. A Assembléia Constituinte se fez presente uma bancada considerável de políticos paulista.
Reivindicações da Constituinte Respeitada pelo Governo Vargas. Procurando moralizar o sistema eleitoral no país, o governo federal cede às principais reivindicações: O voto passa a ser secreto; mulheres ganham o direito a votar, diminuição dos 21 para os 18 anos do eleitorado. Apenas os analfabetos, cerca de 70% da população e indígenas 10%, ficam de fora dessa maravilha eleitoral.



Tropas Mineiras e Paulistas em combate pela Constituição

                                











Nasce a Constituição de 1934
Com a promulgação da nova Constituição republicana brasileira, em julho de 1934, inicia-se o período constitucional da Era Vargas.
A nova Constituição trouxe novos comandos às leis e manteve ou ratificou leis anteriores, que existiam, mas não eram executadas, entre as medidas desta nova Carta, podemos destacar:
. voto secreto- a eleição dos candidatos ao poderes Executivo e Legislativo seria feita de forma secreta, coibindo assim, a pressão exercida anteriormente pelos coronéis em seus currais eleitorais.
.voto feminino- as mulheres passaram a ter direito ao voto, porém ainda se excluía os analfabetos, mendigos, militares até o posto de sargento e pessoas judicialmente declaradas sem direitos políticos. Uma parcela considerável de brasileiros, continuavam sem direito a escolha democrática.
. Justiça Eleitoral- é formado um segmento do judiciário encarregado de promover as eleições, fiscalizando os pleitos e organizando as seções eleitorais.
. direitos trabalhistas- direitos fundamentais aos trabalhadores, agora deveriam ser garantidos pelos empregadores, tais como: carteira de trabalho, regulamentação da jornada de 8 horas diárias, perfazendo 48h mensais, férias anuais remunerada, indenização no caso de demissão sem justa causa, salário mínimo, proibição do trabalho noturno para mulheres e menores de 18 anos, proibição de trabalho a menores de 14 anos.
. nacionalismo econômico- as riquezas naturais do país, como jazidas minerais e quedas d’água capazes de gerar energia, ficariam sob a proteção do governo brasileiro.
. eleições indiretas- a nova constituição estabelecia que, após sua promulgação, os presidentes seriam escolhidos de forma indireta, pelos membros da Assembléia Constituinte.
Vargas foi vitorioso: recebeu 175 votos, enquanto o segundo colocado, Borges de Medeiros recebeu 59 votos. Vargas iniciou seu mandato constitucional em 20 de julho de 1934.
Movimentos Políticos do período: Integralista e Aliancistas



Cartaz dos membros da ANL



Desfile dos Integralistas em SP

                      



A crise de 1929 e seus desdobramentos econômicos, trouxeram para o mundo novos modelos de organização política. O liberalismo se mostrou falho na condução das economias mundiais, e as ideologias autoritárias e de centralização de poder se fizeram presentes ao longo dos anos 30. O Brasil não ficou fora desta nova ordem, no governo, a centralização getulista. Nas camadas sociais duas novas ideologias fortemente opositoras chegam por aqui.
Em 1932, Plínio Salgado, influenciado pelo Fascismo e Nazismo, lança entre os intelectuais e políticos, seu Manifesto à Nação, no qual expunha os princípios básicos à Ação Integralista Brasileira (AIB),organização criada em 1934. Neste Manifesto sedimentam as bases do Integralismo, que se coloca da seguinte forma:
.combate ao comunismo e ao liberalismo,
.nacionalismo extremo,
.existência de um Estado poderoso dirigido pelo chefe da nação com plenos poderes,
.disciplina e hierarquia dentro da sociedade
.discriminação racial, principalmente ligado aos negros e judeus, estendendo-se a outras minorias étnicas.
Os integralistas adotaram uniformes, bandeiras, símbolo, a letra grega sigma (∑), e o lema: “Deus, Pátria e Família”.Seguindo o modelo nazifascista, com disciplina rígida e uniformes, que consistia na camisa verde e desfilavam nas ruas como tropas militares,gritando a saudação indígena “Anauê” (em tupi significa “você é meu irmão”). Porém usavam de violência contra outras organizações políticas.
Os Integralistas conquistaram a simpatia de empresários, profissionais liberais e militares, até o próprio Getúlio se aproximou do grupo por um certo tempo.
Aliança Nacional Libertadora
A principal frente política que se opôs ao Integralismo, foi a Aliança Nacional Libertadora (ANL) . Fundada em março de 1935, a ALN reunia vários grupos e tendências, como, socialistas, anarquistas e comunistas.
Uma das principais correntes políticas que integravam a ALN, estava o Partido Comunista, que funcionava na clandestinidade desde a sua fundação, em 1922. Luís Carlos Prestes, que voltara ao país no ano de 35, foi eleito presidente de honra da ANL.
O Programa político da ALN incluía as seguintes reivindicações:
.combate ao capitalismo e ao liberalismo,
.estatização de empresas estrangeiras,
.não pagamento da dívida externa brasileira,
.reforma agrária com distribuição de terras ao camponeses e combate ferrenho ao latifúndio.
Com o lema “Pão, Terra e Liberdade”, a organização cresceu rapidamente, contando com 1.600 núcleos por todo país.
O governo Vargas, declarou a ALN ilegal, em junho de 1935, prendendo seus principais líderes Nacional
A Intentona Comunista-1935
Diante da pressão do governo, os membros da ALN planejaram um levante armado contra o governo, promovendo uma série de rebeliões nos batalhões de Natal, Recife e Rio de Janeiro. Mal organizadas e sem obter apoio de todo país, essas rebeliões foram sufocadas facilmente pelo governo , que ainda usou o pretexto da Intentona, para radicalizar o regime político. Em nome do “perigo comunista”, foram presos sindicalistas, operários, militares, intelectuais e anarquistas, acusados de atividades subversivas.
Levante no Rio de Janeiro-1935







Passaportes de Prestes e Olga















Plano forjado para aterrorizar a população sobre um levante comunista
Plano Cohen: a farsa
Conforme a Constituição previa, o mandato de Vargas terminaria em 1938, este por sua vez, dava indícios que iria seguir a Constituição, porém preparava na surdina um Golpe de Estado.
Em setembro de 1937, o serviço secreto de Exército, noticiou a descoberta de um plano comunista, chamado Plano Cohen,para acabar com o regime democrático no Brasil. Tratava-se de uma farsa promovida pelo próprio governo com a ajuda dos integralistas.
Desta forma, o governo Vargas, tem a desculpa que faltava para declarar “combate ao perigo comunista”, nascia aí o Estado Novo, um estado autoritário, com inúmera prisões, deportações, tortura e assassinatos.
O Estado Novo 1937/1945
Em 10 de dezembro de 1937, Vargas ordenou o cerco militar ao Congresso, fechou o Legislativo e outorgou a Constituição de 1937. Iniciando desse modo , o governo ditatorial varguista, que se denominou Estado Novo.
Dentre as principais características deste período podemos destacar:
. Estado de emergência- durante este período, foi instaurado o Estado de emergência ou Estado de Sítio, que autorizava forças policiais a invadirem casas, prender pessoas, julgá-las sumariamente e condená-las, deportação de estrangeiros, implantar escutas e espionagem. Neste momento, os atos do presidente são totais, não cabendo nem mesmo a justiça questioná-los.
. Fim do federalismo- os estados perderam sua autonomia política, os governadores eleitos foram substituídos por interventores da confiança do presidente, até as bandeiras dos estados foram queimadas para reafirmar a força do governo federal.
.Supressão das atividades democráticas- os partidos políticos foram proibidos, as eleições suspensas. Greves e agremiações sindicais foram proibidas. A polícia política de Vargas, prendeu torturou e matou inúmeros líderes sindicais.
A Propaganda Getulista
O uso da propaganda para conquistar a simpatia popular, já vinha sendo usada pelos países nazifascistas. Estratégica largamente utilizada por Mussoline, na Itália, Hitler na Alemanha, Stálin, na URSS ao longo das décadas de 1930/1940.
Com esse objetivo, o governo Vargas cria o Departamento de Imprensa e Propaganda-DIP, órgão diretamente subordinado a presidência, encarregado de coordenar a propaganda oficial e censurar os meios de comunicação, tais como: rádios, jornais, cinemas e teatros.
O DIP, foi o responsável pela criação do jornal radiofônico de transmissão obrigatória em todas as estações de rádio do país, Hora do Brasil (substituído pelo atual A Voz do Brasil). Na verdade, o povo não dava a mínima para o programa jornalístico do governo, preferindo desligar o rádio logo que este se iniciava.
Outro órgão importante na difusão da imagem do governo foi o Ministério da Educação. As escolas adotaram diversos instrumentos para difundir a ideologia do governo, entre elas:
. desfiles e paradas estudantis, no formato das forças armadas em datas cívicas,
. adoção de livros didáticos exaltando a personalidade de Vargas,
. a disciplina de moral e cívica,
.aulas de canto e corais com repertórios nacionalistas, exaltando a grandeza do país e do
as e exaltação a seu governo.
Na cultura, Vargas se esforçou para obter a colaboração de intelectuais, artistas e formadores de opinião. Como, os intelectuais de esquerda presos foi mais fácil conquistar a simpatia de artistas e jornalistas em início de carreira.
Na música, o governo encomendava canções de exaltação aos compositores,e pagava muito bem por elas. Ataulfo Alves e Wilson Batistas foram entre outros, os que mais ganharam com esse tipo de canção.
O grupo Verde e Amarelo, já existia desde os anos 1920, e com sua característica literária de extremo nacionalismo, ganhou espaço no Estado Novo. Nomes como o de Plínio Salgado, fundador do Integralismo, Cassiano Ricardo, e Menotti del Picchia, foram os maiores expoentes dessa vertente, com exaltação á nação e ao governo.
A Industrialização e o Trabalho : economia e sociedade da Era Vargas
Na economia, a Era Vargas caracterizou-se por apresentar diversas medidas intervencionistas, até aí, nada de mais, pois após a crise de 1929, as economias mundiais, incluindo a norte-americana, adotaram este modelo, em face à falência do Estado Liberal.
Na agricultura, o governo adotou medidas que buscavam estabilizar a cafeicultura e diversificar a produção agrícola.
Para os cafeicultores, o governo proibiu o plantio de novas mudas por três anos e queimou milhões de sacas estocadas nos armazéns do governo, para evitar uma nova crise de superprodução e recuperar o preço do produto no mercado externo. Essas medidas levaram o café a voltar a ser valorizado, e em 1939 alçar bons preços nos mercados internacionais.
Na diversificação agrícola, o governo jogará peso em novas culturas tais como: algodão,cana-de-açúcar, óleos vegetais, frutas tropicais e trigo. Durante o período da II Guerra, esses produtos atingiram preços altíssimos nos mercados internacionais.
Na área de desenvolvimento industrial, o governo Vargas visará à substituição de produtos importados, por produtos fabricados por aqui. Desta forma, o desenvolvimento da indústria brasileira será amplamente amparado pelo governo. As taxas de importação elevarão preço dos produtos vindo de fora e a diminuição de impostos e incentivos fiscais, vão levantar a indústria brasileira. Com efeito, nos finais dos anos 30 e início dos anos 40, a industrialização brasileira se fixa nas áreas de alimentos, tecidos e calçados, e a instalação de filiais de empresas estrangeiras, tais como: farmacêutica, eletrodomésticos e motores no país.
Por conta das dificuldades para a criação das indústrias de base, o governo passou a investir em empresas estatais para atuar nos campos da siderurgia e mineração, com a criação da Cia Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica Nacional.
.Vale do Rio Doce: fundada em 1942, destina-se a exploração do minério de ferro em Minas Gerais.
.Cia Siderúrgica Nacional (CSN): fundada em 1941, em Volta Redonda será a principal peça para industrialização do país, pois o aço produzido em Vota Redonda, era utilizado como matéria-prima para outros setores da industrialização brasileira.
No campo trabalhista, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, atraiam um grande número de trabalhadores rurais, vindos para os grandes centros em busca de melhoria de vida. Esse fator, contribuiu para um aumento sistemático de mão de obra disponível nos grandes centros, e irá impulsionar os setores da construção civil, indústrias e serviços.
Quanto mais peso na industrialização o governo dará, mas aumentará o número de operários e a importância desse grupo na vida política do país. Percebendo a força do operariado, o governo Vargas,procurou legalizar as leis trabalhistas e promover o bem estar social dessa classe. Surgindo assim, o trabalhismo2 no Brasil.
Dentre as leis trabalhistas implantadas nesta época, destacam-se: salário mínimo, férias remuneradas, jornada diária de 8 horas, assistência médica, aposentadoria, proteção ao trabalho feminino e de menores de idade.
Na verdade, essas leis já existiam desde 1920, em resposta a Grande Greve Geral de São Paulo de 1918, desrespeitadas sistematicamente pelos empresários. Será no governo Vargas, que todas essas leis foram reunidas na Constituição, num capítulo à parte: Consolidação dos Direitos Trabalhistas (CLT), em 1 de maio de 1943. Sem dúvida um grande marco na luta pelos direitos trabalhista no Brasil.
Para muitos críticos ao governo Vargas, todas essas medidas eram de cunho populista 3 , ou seja, medidas que visavam uma melhora apenas singular na vida dos mais pobres, sem realmente combater a pobreza por meio de melhoria real das condições de vida dos pobres.
É neste aspecto que Getúlio Vargas, se tornará “pai dos pobres”, o DIP irá construir a imagem de um governo voltado para os interesses dos trabalhadores. Não é à toa, que todos os discursos de Vargas, principalmente durante o Estado Novo, inicia-se com a frase “Trabalhadores do Brasil”. Segundo alguns historiadores, esse perfil de Vargas, se baseava na Carta del Lavoro(Carta do Trabalho), claramente fascista, que buscava conquistar a simpatia dos trabalhadores e exercer maior controle sobre os sindicatos e suas reivindicações. Na verdade, podemos dizer que se Vargas foi o “pai dos pobres”, foi muito mais “mãe dos ricos”, pois, as elites brasileiras tanto nas cidades, quanto no campo, nunca ganharam tanto dinheiro como na Era Vargas.
 [2]Trabalhismo: corrente política centrada nos direitos, no bem estar dos trabalhadores e na valorização do trabalho.
[3]Populismo: política fundamentada na sedução dos grupos mais pobres pelo poder aquisitivo, porém sem uma real mudança no status social deste grupo.
Trabalhadores em fábrica de vidro 1937

O Brasil na Segunda Guerra
Em 1939, a Alemanha invade a Polônia sem declaração de guerra formal, Inglaterra e França saem na proteção do país invadido, declarando guerra ao Eixo, iniciando assim, a II Guerra Mundial. Duas grandes forças se enfrentaram no período de 1939-1945. De um lado o Eixo(formado pela Alemanha, Itália e Japão) e de outro os Aliados(Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética).
O governo ditatorial de Vargas, tinha uma clara tendência ao modelo fascista, porém tentou manter-se neutro durante o conflito. Com isso seria possível tirar vantagens econômicas de ambos os lados,além de ter dentro do próprio governo membros simpatizantes dos dois lados, como era o caso do Ministro da Justiça, Francisco Campos, claramente adepto da ideologia fascista e o Ministro do Exterior, Oswaldo Aranha, adepto dos aliados.
Porém, o ano de 1941, o governo brasileiro iniciou uma série de acordos com os aliados, fornecendo borracha e minério de ferro esses países e cedendo parte do território no Nordeste para os Estados Unidos, montarem bases militares. Em troca, o governo norte-americano, financiou nazista construção da Cia Siderúrgica Nacional(CSN), o que significava a tão sonhada industrialização para o país.
A reação da Alemanha não tardou.Entre fevereiro e agosto de 1942, os alemães afundaram nove navios brasileiros, matando 600 pessoas. A agressão militar nazista, provocou revolta e indignação nacional. Multidões reuniram-se em várias capitais, exigindo uma resposta militar do Brasil.
No final de agosto de 1942, o governo brasileiro, declara formalmente guerra ao Eixo. Em 1944, partem para Itália as primeira tropas da ),Força Expedicionária Brasileira(FEB) comandada pelo general Mascarenhas de Moraes. 25 mil soldados foram enviados para lutar nas batalhas de Monte Castelo, Castelnuovo, Collechio e Fornovo.

Cartaz alusivo a FEB

Batalhas na Itália realizadas pela FEB


A Guerra e o Fim do Estado Novo
A participação brasileira na Guerra, abre um flanco na estrutura ditatorial do país. Como um país com base fascista e ditatorial, poderia lutar contra outra ditadura em nome da democracia? Foi nesse paradoxo, que grupos liberais brasileiros basearam sua luta contra a Ditadura do Estado Novo.
Atento a essa dicotomia, Vargas resolve se antecipar aos adversários, liderando a abertura democrática. Em fevereiro de 1945, chamou eleições presidenciais e concedeu anistia aos presos políticos, que são postos em liberdade, como é o caso de Luís Carlos Prestes.
É dentro deste mar de legalidades que se formam novos partidos políticos, tais como a União Democrática Nacional (UDN), Partido Social Democrático (PSD), Partido Trabalhista Brasileiro(PTB), Partido Social Progressista (PSP) e a tão sonhada legalização do Partido Comunista Brasileiro(PCB).
As eleições presidenciais ocorrem no início de dezembro de 1945, a Guerra acabara na Europa em maio deste mesmo ano com a vitória dos Aliados. O mundo respirava ares democráticos e o Brasil também.
Nessas eleições concorrem três candidatos, Eurico Gaspar Dutra, com o apoio de Vargas,na coalizão PDS-PTB, o brigadeiro Eduardo Gomes, pela UDN e o engenheiro Yedo Fiúza pelo PCB.
No decorrer da campanha eleitoral, Vargas aparentemente apoiava Dutra, porém jogava um estímulo às massas, para sua permanência no poder, essa tentativa de burlar as eleições foi chamado de querentismo4 , esse movimento foi apoiado pelo PTB e por uma parcela do PCB.
Em mais uma manobra nacionalista, Vargas lança o decreto Antitruste5 ,que limitava a entrada de capital estrangeiro no Brasil. Essa lei foi o próprio tiro no pé dado pelo Presidente Vargas, pois irritou os representantes das empresas estrangeiras no Brasil, em especial,os norte-americanos. Por outro lado, membros da UDN temiam um novo golpe de Vargas para impediras eleições.
Em outubro de 1945, tropas dos generais Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, invadem o Palácio do Catete, sede do Governo e depõe Getúlio Vargas. A presidência do país é entregue interinamente ao presidente do Supremo Tribunal, José Linhares. Era o Fim do Estado Novo.
Getúlio Vargas, retornou a São Borja, no Rio Grande do Sul, com o seu apoio Dutra se elege nas eleições de dezembro. Preservando seu prestígio, Vargas voltaria ao poder em 1950.
 [4]Querentismo, foi criado a partir das palavras de ordem durante a campanha eleitoral, aonde o povo gritava, “queremos Getúlio!”

[5]Truste é a reunião de empresas que perdem seu poder individual e o submetem ao controle de um conselho. Surge uma novo empresa maior poder de influência
Bibliografia:
Livro:
Cotrim,Gilberto. História Global- Brasil e Geral. Ed. Saraiva, SP, 2010
Sites:
http://www.wikipledia.org/wiki/EraVargas
http://www.brasilescola.com/
http://tg3.com.br/
http://www.historiadigital.org/2010
http://www.wordpress.com/
Vídeos:
http://www.youtube.com/
 Notas da autora
Por Denise Oliveira, janeiro/2011