Hoje, 07 de setembro de 2014,
completa-se um ano do maior Grito dos excluídos já vividos nestes 20 anos de
manifestação. O ano de 2013, foi atípico. Estávamos em pleno ascenso das
manifestações, cobrando muito do governo e dos gastos com a Copa do Mundo. Pois
bem, a resposta foi rápida, e com muita repressão, a população, que tem pouco
esclarecimento político, se afastou das ruas, calou-se.
Fevereiro deste ano, um erro de
cálculo e o cinegrafista da Rede Bandeirantes foi morto. Não
por que a intenção fosse matar, mas sim resistir a truculência policial.
Toda mídia formal, mas a (in)justiça e o
governo, jogaram a criminalização desse episódio lamentável, na conta dos “baderneiros”. O refluxo do
movimento está dado.
Entre maio e julho, várias greves
pipocaram no país inteiro, inclusive, a primeira greve unificada das redes
estadual e municipal de educação. Todas, as greves foram vendidas, pelos
sindicatos aparelhados, pelo PT e seus asseclas: PSTU,PSOL,PCB e PCdB. Greves
derrotadas, movimento das classes populares criminalizados, prisões políticas á
véspera da final da Copa. Das prisões de vários amigos, temos hoje, esses
companheiros impedidos de participarem de manifestações, como se reclamar do
que está errado fosse crime inafiançável
Pois bem, foi nesse cenário de
refluxo, que se deu mais um 07 de setembro. De um lado a hipocrisia
nacionalista com o desfile das Forças(enferrujadas e mal) Armadas, de outro nos, os excluídos.
Esse ano também, é ano de eleições gerais, o que dá um tom, mas abrilhantado a
essa parafernália, que o estado burguês, chama de civismo.
Não repetimos a grande massa do
ano passado, segundo a estimativa da PM, éramos 1.200 mil pessoas, o qeu pra
mim, já gente pra caramba, visto o refluxo eu estamos vivendo. O dado novo
imposto á passeata, foi a divisão, que os partidos PSTU,PSOL e PCB, impuseram.
Não queriam ficar próximos a FIP, GEP, OATL e outros grupos que não querem mais
saber de voto, que estão direto nas ruas, e que até por isso mesmo, são os mais
visados e perseguidos. Incrível, mas teve duas passeatas numa só. Ridículo, ver
nós à frente, uma linha enorme de policiais, e eles atrás desse “cordão de
isolamento”.
Chegando à Central, palco do
maior bombardeio de lacrimogêneo que já vi acontecer, em 2013, um grupo ligado
à FIP, pôs fogo na “bandeira Nacional”.
Dado aí, a chance dos meganhas entrarem em ação. Não houve uso de lacrimogêneo,
mas empurra-empurra, prisão, xingamentos de ambas as partes. A tropa de choque,
barrou a passeata.
Novo momento ridículo: ver o PSOL
e PCB saírem correndo do ato, tão logo se deu esse princípio de confusão. Em
menos de três segundos, não haviam mais nenhuma bandeira amarela e vermelha no
ar. Aliás, só pudemos sair com as bandeiras, faixas e cartazes, depois de muita
negociação com as forças de repressão. Ficou meia dúzia de PSTU, com a
candidata deles a Dayse(que nem nas pesquisas de intenção de voto aparece), com
aquele discursinho meia bomba, sacudindo os braços como uma boa pelega, que é. Reparem
bem, que não falei em momento nenhum do PT,CUT e MST. É eles não estavam na
passeata!
Nesse momento eu saí do ato,
afinal, ouvir PSTU não estava nos meus planos... Soube, já no metrô, que a
passeata seguiu até o destino final, a estátua do Zumbi.
É fato, que não vou votar em
nenhum partido. É fato também, que alguns companheiros de rua e de luta, estão
meio aborrecidos com a minha postura, de não me sentir representada por esses
borra botas partideiros.
Mas hoje, se havia alguma dúvida
em mim, sobre usar esse espaço frouxo, burguês, de nenhuma representatividade à
nossa luta (coisa que não havia), acabou de vez.
Não vai ter voto/ Não pode haver
voto em partidos tão vendidos aos interesses da burguesia, e incluo aí o PCB,
que pra mim, sempre foi um partideco que trava as lutas, vide Grécia, Espanha,
Portugal, Galícia, recentemente, e no Brasil sempre...e no magistério carioca
há menos de 3 meses.
Não Vai Ter Voto, Vai Ter LUTA!
Por:Denise Oliveira, 07/09/2014