Há muito não escrevia ando sem inspiração, mas hoje resolvi
escrever algo curto, apenas uma reflexão sobre o que mais anda me incomodando
em tudo.
Todas as datas de luta, foram sendo absorvidas pelo
capitalismo, e assim como o Primeiro de maio, o
Oito de Março passou apenas a ser um dia de parabéns. Parabéns a quem,
parabéns por que?
No dia 08/03/1857, uma manifestação e greve de ocupação das
operárias de uma fábrica têxtil de Nova Iorque, foi finalizada com o incêndio
que culminou na morte das “rebeldes”. Pouca gente sabe a origem desse dia. O
capitalismo esvaziou a data, resumindo-a
a parabéns, flores e chocolates...Pior que isso, a grande maioria das
mulheres também não sabem, e nem se interessam em saber a origem do dia, e por
que existe.
Dia 08 de março, não é dia de flores e nem de parabéns, não
preciso ser parabenizada por ser mulher, preciso ser respeitada como ser
humano, ter o direito as minhas escolhas, ao meu próprio corpo, a minha própria
vontade. Não sou da linha feminista radical, não fico repetindo o eterno
discurso da “sociedade patriarcal” e nem quero me empodeirar de nada, só quero
ser dona do meu caminho. Quero ter o direito de fazer aborto, se isso me
convier num determinado momento, aborto seguro, assegurando o meu direito de
continuar viva e parir quando quiser e
puder.Quero o direito a um emprego digno, com salário digno. Quero o
direito de andar na rua, sem ser importunada por homens, que só pq foram com a
minha cara, acham que podem me tocar. Quero o direito de lutar ao lado dos
homens, não atrás deles. Quero não ser vista como fraca, pois não o sou, sou
forte o suficiente para tomar conta de mim, do meu caminho. Não preciso que me
indiquem o caminho, se por acaso seguir o pior caminho, que seja minha escolha,
não do outro, que só por que se aliançou pensa que pode traçar a minha rota.
Dia Internacional da mulher só existe ainda, por as desigualdades
entre os gêneros persiste, e ao invés de vir com flores, que a sociedade venha
com propostas claras, com reconhecimento verdadeiro. Que a indústria e os padrões
de beleza nos deixem livres para ser mos gordas, magras, altas, baixas, jovens
ou não jovens em paz.
Mulherada temos o poder de nos solidarizar mos, temos o
poder de não permitir imposições sociais, temos o dever de brigar pela nossa
vida, nosso caminho.
Não queremos flores, queremos respeito!