O ano de 2013 começou em 20 de abril de 2012, numa passeata
com menos de 50 pessoas, no dia 21, sábado, feriado, chamada pelo Anonymus Rio.
Ninguém foi, mas eu estava lá. Fomos do Posto 4 ao Posto 6, nem polícia tinha,
os transeuntes olhavam com cara de: idiotas, pensam que vão mudar alguma coisa.
A do dia 07 de setembro do mesmo ano, menor ainda. Eu estava lá, foi depois do
Grito dos Excluídos, quem nem 200 pessoas conseguiu agrupar.
Bem, 2013, de fato começou no calendário. Nada de nada
versus nada. Mais uma passeata super micha em 21.04.2013. Mas antes disso, em
fevereiro, antes do carnaval, a Aldeia Maracanã, mostrava sua força de
resistir, no Mato Grosso, os Guarany Kayovás mostravam sua determinação de
morre, mas nunca deixar de ser um povo.
O Facebook dos que pensam entrou em ação. Nunca se postou
tanto, nunca se pressionou tanto. Código Florestal, Guaranys Kayovás e Aldeia
Maracanã.
Eis que o governo,desgovernado do Sergio Cabral/Eduardo
Paes/Haddad/Alkimim e outros resolveram aumentar as passagens dos transportes
públicos em junho, depois de atenderem a uma solicitação da desgovernada-mor,
Dilma Rousseff para que o aumento fosse suspenso no início do ano, por conta da
inflação já meio fora do controle.
Os desgovernados e os empresários, já tinham aprontado
tantas, foi festinha em Paris com o nosso dinheiro, jatinho da FAB para
casamentos, helicóptero para transportar cachorrinho, que mais uma, menos uma
ninguém ia dar por conta. Erraram, e feio!
Junho começa com a notícia dos aumentos de passagens dos
ônibus em várias capitais, o facebook fez sua parte, espalhando rapidamente os
locais e horário das manifestações, os desgovernados achando que era só mandar
unas bombinhas de lacrimogêneo e tudo ficaria bem. Erraram feio de novo! Junho
foi o mês das maiores manifestações já vista no Brasil no início do século XXI.
A Era Lula/PT tinha acalmado o facho da população, afinal o cara estava tirando
dos ricos e dividindo com os pobres(será????), ambulâncias antes, mensalão
depois e o dinheiro público no meio. Falta dignidade na saúde, falta respeito
na educação, falta chão nas estradas, falta pão na mesa. E a coisa ficou
esquisita para o grande Partido dos Trabalhadores.
Sem muito o que fazer já que as manifestações cresceram até
mais do que nós do movimento esperávamos. A dona Mídia comprada de sempre,
tratou logo de se fingir ao lado do povo, e iniciou a campanha do Gigante
Acordou, mas é sem partido, porrada em quem tem partido, os mascarados são
vândalos, bandidos perigosos, fiquem longe deles. As passagens voltaram ao
preço anterior, a Aldeia Maracanã, alvo de disputa entre os empresários-governos
e indígenas, também, aparentemente tinha voltado para seus legítimos donos.
O Papa chegou em julho, e só de sacanagem, o tal do primeiro
Papa, um cara chamado Pedro, que dizem que é o dono da chuva, avacalhou o
coreto , choveu as pencas e o local sagrado na JMC ficou alagado. Os pequenos
empresários de ocasião, que pensavam ganhar um trocado as custas do Papa,
ficaram no prejuízo. A Papalhaçada foi parar em Copacabana, junto com a Marcha
das Vadias, e muita pressão da esquerda organizada. Julho Tb foi de muito protesto.
Agosto, se inicia ainda no caldo de junho/julho: o inverno
mais quente da última temporada. E logo na primeira semana, os professores da
rede estadual,municipal e Faetc resolveram cruzar os braços contra o desmonte
na educação básica, dirigida aos pobres, reféns dos projetos assistencialistas de
um governo fascista. O RJ parou pra ver a educação na rua. Mas não foi só o RJ
que parou não, Goiás e Ceará ( Universidade
Estadual do Ceará) também tem paralisação na educação.
A greve foi histórica, há duas décadas a rede Municipal do
Rio de Janeiro, com mais de 30 mil profissionais não parava, parou e parou bonito,
com professores, merendeiras, auxiliares administrativos, enfim todos os
profissionais ligados á educação estavam nas ruas. O prefeito encolhido embaixo
da mesa, o governador arrogante como nunca, e a
matilha armada e sob ordens de um adestrador insano, mandando bomba. A
greve é vendida pela diretoria do sindicato, que pensa muito mais nos seus
cargos e pretensões políticas do que na luta por uma educação de qualidade, que
tiraria os reféns de governos marginais do seu julgo. A greve terminou, mas o
RJ não sossegou.
Novembro e Dezembro ainda tivemos enfrentamentos com as
forças governistas. Aldeia Maracanã, a prisão dos líderes do Ocupa Câmara,
desmontado arbitrariamente no dia 15/10 após a maior passeata já vista neste
ano no RJ dos profissionais da educação. O Baiano, a Sininho, o Wallace e
tantos outros já foram soltos, mas ainda falta um. O Rafael, que não ficou pra
trás de jeito nenhum.
Aldeia Maracanã Resite, e nós resistiremos aos desmandos de
um governo insano. Não haverá aumento nas passagens de ônibus, assim como não
haverá uma Copa do Mundo, muito linda muito leve.
Estaremos de novo e de novo e sempre nas ruas!
PODER/PODER!
Poder para o Povo
Faz nascer um Mundo Novo!
Por: Denise Oliveira/31.12.2013
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