quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Carnaval no Brasil


O Carnaval chegou ao Brasil trazido pelos portugueses, por volta de 1650. Nessa época, a festa era mau vista já que compunha de pessoas pobres, era o Entrudo. Esta brincadeira consistia em se atirar comida uns nos outros, e mais tarde passou-se a jogar limões com diversos líquidos dentro, inclusive urina, o que acarretava quase sempre em confusão e polícia. Mais tarde, esse hábito dará origem ao lança perfume. A partir de 1830, o governo imperial tenta civilizar a festa popular, adotando bailes e passeios mascarados como em Paris e Veneza, a polícia se ocupava em frear as manifestações populares de rua.
Na segunda metade do século XIX, D. Pedro II incentiva a criação de grupos carnavalescos, que desfilavam nas ruas do Rio: eram os cordões, ranchos e blocos, mas mesmo assim ainda havia uma forte oposição da "boa sociedade" a estas manifestações. Em 1890, já na República, Chiquinha Gonzaga compôs a primeira marcha especificamente carnavalesca "Ô Abre Alas!" para o bloco Rosas de Ouro. Os mais ricos frequentavam os bailes à fantasia, com máscaras nos moldes parisiense.
No início do século XX, surgem os primeiros automóveis, e uma nova forma de brincar o Carnaval: os corsos, que eram desfiles feitos em automóveis devidamente enfeitados para a época, esses desfiles aconteciam na Av.Rio Branco, na época conhecida como Rua Larga.
Nos anos 1920, os blocos e cordões dão um novo impulso ao Carnaval, levando a festa mais pro lado brasileiro. A presença de negros, mulatos e brancos pobres que a partir das reuniões na casa de Tia Ciata, uma sambista que teve muitos problemas com a polícia, pois está encarava o samba como desordem e coisa de vagabundo. Mas é a partir da casa de Tia Ciata, que o samba ganha as rádios e se populariza ainda mais.
Em 1927, nasce no Estácio o bloco "Deixa Falar" que gerou o formato de samba enredo. Esse bloco também deu origem a hoje conhecida Escola de Samba Estácio de Sá.
Em 1932, acontece a primeira disputa de Escolas de Samba na Praça Onze, promovida pelo Jornal O Mundo Sportivo. É claro que uma festa popular que deu certo, não passaria impune pelo controle do Estado. Em 1937, durante a vigência do Estado Novo de Getúlio Vargas, o Carnaval na Pça Onze passa a ser administrado pelo governo. No ano de 1942, a Praça Onze é destruída para dar origem a Av. Presidente Vargas. Os desfiles passam a ocorrerem na nova avenida até 1982, quando o governador do Rio, Leonel Brizola, cria a Praça da Apoteose.
Nos anos 1950, a classe média descobre o Carnaval e passa a frequentar as quadras durante os ensaios para o Carnaval. Nos anos 1960 e 1970, os desfiles viram coqueluche entre as classes média e alta .
Hoje, o Carnaval do povão vem sendo apagado das ruas do Rio de Janeiro, pelo luxo e ostentação cada vez maior das escolas de samba, assim como os próprios moradores das comunidades que já não são os principais parceiros das escolas. As parcerias agora, se dão entre grandes grupos empresariais e o governo do estado e municipal que controlam esta festa que inicialmente pertencia as ruas e aos pobres.

por Denise Oliveira/Janeiro 2010

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