quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Os Cavalheiros de Deus-Breve História dos Cavaleiros Templários


Ordem dos Templários

A misteriosa aura que se criou em torno dos templários os transformou em um dos mais famosos monges cavalheiros da Idade Média que tinham como missão levar a guerra aos inimigos de fé.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão mais conhecida como Ordem dos Templários, Ordem do Templo ou Cavaleiros Templários (algumas vezes chamados de: Cavaleiros de Cristo, Cavaleiros do Templo, Pobres Cavaleiros, etc), foi uma das mais famosas Ordens Militares de Cavalaria. A organização existiu por cerca de dois séculos na Idade Média, fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquistaA Ordem foi fundada por Hugo de Payens em 1118, com o apoio de alguns cavaleiros e do novo rei de Jerusalém, Balduíno II, após a Primeira Cruzada, com a finalidade de proteger os peregrinos que tentassem chegar em Jerusalém, porém eram vítimas de ladrões, e a Terra Santa dos ataques dos muçulmanos mantendo os reinos cristãos que as Cruzadas haviam fundado no Oriente.
Oficialmente aprovada pela Igreja Católica pelo papa Honório II em torno de 1128, a ordem ganhou isenções e privilégios, dentre os quais o de que seu líder teria o direito de se comunicar diretamente com o papa. A Ordem tornou-se uma das favoritas da caridade em toda a cristandade, e cresceu rapidamente tanto em membros quanto em poder; seus membros estavam entre as mais qualificadas unidades de combate nas Cruzadas e os membros não-combatentes da Ordem gerenciavam uma vasta infra-estrutura econômica, inovando em técnicas financeiras que constituíam o embrião de um sistema bancário, e erguendo muitas fortificações por toda a Europa e a Terra Santa.
O crescimento vertiginoso e ogrande prestígio na Europa, se deu ao fervor religioso da época e à sua incrível força militar. Os Papas guardaram a ordem acolhendo-a sob sua imediata proteção, excluindo qualquer intervenção de qualquer outra jurisdição fosse ela secular ou episcopal. Não foram menos importantes também os benefícios temporais que tal Ordem recebeu dos soberanos da Europa.


Primeira sede-Mesquita de Al-Aqsa ou Templo de Salomão
A primeira sede dos Cavaleiros Templários, foi a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, o Monte do Templo. Os Cruzados chamaram-lhe de o Templo de Salomão, pois foi construído em cima das ruínas do Templo original, e foi a partir desse local que os cavaleiros tomaram seu nome de Templários.
As Cruzadas foram guerras proclamadas pelo papa, em nome de Deus, e travadas como se fossem uma iniciativa do próprio Cristo para a recuperação da propriedade cristã ou em defesa da Cristandade. A Primeira Cruzada foi pregada pelo papa Urbano II, no Concílio de Clermont, em 1095. A justificativa tinha como fundamento a recuperação da herança de Cristo, restabelecer o domínio da Terra Santa e a protecção dos cristãos contra o avanço do Islã. Esta dupla causa foi comum a todas as outras expedições contra as terras pertencentes aos reinos de Alá e, desde o princípio, deram-lhes o carácter de peregrinações.
As cruzadas tomaram Antioquia (1098) ,Jerusalém (1099) e estabeleceram o principado de Antioquia, o condado de Edessa e Trípoli e o Reino Latino de Jerusalém, os quais sobreviveram até 1291. A esta seguiram-se a Segunda Cruzada, (1145-48) e a Terceira, (1188-92) no decorrer da qual Chipre caiu sob domínio latino, sendo governado por europeus ocidentais até 1571. A Quarta Cruzada (1202- 04) desviou-se do seu curso, atacou e saqueou Constantinopla (Bizâncio), estabelecendo domínio latino na Grécia. A Quinta Cruzada (1217- 21) foi a primeira do rei Luís IX da França. Contudo, houve também um grande número de empreendimentos menores (1254 -91), e foram estes que se converteram na forma mais popular de cruzada.
"Um Cavaleiro Templário é verdadeiramente, um cavaleiro destemido e seguro de todos os lados, para sua alma, é protegida pela armadura da fé, assim como seu corpo está protegido pela armadura de aço. Ele é, portanto, duplamente armado e sem ter a necessidade de medos de demônios e nem de homens."
Bernard de Clairvaux, c. 1135, De Laude Novae Militae—In Praise of the New Knighthoo
 O poder da Ordem tornou-se tão grande que, em 1139, o papa Inocêncio II emitiu um documento declarando que os templários não deviam obediência a nenhum poder secular ou eclesiástico, apenas ao próprio papa.
Um contemporâneo (Jacques de Vitry) descreveu os Templários como "leões de guerra e cordeiros no la".r; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos''
Levando uma forma de vida austera, não tinham medo de morrer para defender os cristãos que iam em peregrinação a Terra Santa. Como exército nunca foram muito numerosos: aproximadamente não passavam de 400 cavaleiros em Jerusalém no auge da Ordem. Mesmo assim, foram conhecidos como o terror dos maometanos. Quando presos rechaçavam com desprezo a liberdade oferecida em troco da apostasia, permanecendo fiéis à fé cristã.


       
Castelo de Almouri, fundado pelo mestre Galdim Pais

O Domo da Rocha,estrutura do Monte do Templo




Planta do Templo Salomão 
Crescimento da ordem e a perda de sua missão
Com o passar do tempo a ordem ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder político, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente.
Também começaram a ser admitidas na ordem, devido à necessidade de contingente, pessoas que não atendiam aos critérios que eram levados em conta no início. Logo, o fervor cristão, a vida austera e a vontade de defender os cristãos da morte deixaram de ser as motivações principais dos cavaleiros templários. A partir deste momento, os templários começaram a serem vistos como negociantes oportunistas, interessados apenas em acumular riqueza e fortalecer sua poderosa rede de influência entre reis e o Alto Clero.
A riqueza da ordem atrai o Estado e a igreja Católica
O rei Filipe IV de França interessado nos bens dos Templários, criou uma estratégia de descrédito à Ordem, acusando-os de heresia.
A ordem de prisão foi redigida em 14 de Setembro de 1307 dia da exaltação da Santa Cruz, e no dia 13 de Outubro de 1307 (uma sexta-feira) o rei obrigou o comparecimento de todos os templários da França. Os templários foram encarcerados em masmorras e submetidos a torturas para se declararem culpados de heresia, no pergaminho redigido após a investigação dos interrogatórios, no Castelo de Chinon, no qual Filipe IV de França, influenciado por Guilherme de Nogaret havia prendido ilicitamente o último grão-mestre do Templo e alguns altos dignitários da Ordem.
Da perda de sua missão, o que caracterizou não mais uma vida austera como no início da ordem, se aproveitou Filipe, o Belo, para se apoderar dos bens da Ordem, acusando-a de ter se corrompido. Ele encarcerou os Superiores dos Templários, e, depois de um processo iníquo, os fez queimar vivos, pois obtivera deles confissões sob tortura, que eram consideradas nulas pelas leis da Igreja e da Inquisição, bem como pelos Concílio de Vienne (França) em 1311 e Concílio regional de Narbona (França) em 1243.



Rei Filipe IV/ Felipe, o Belo
 O chamado "Pergaminho de Chinon" ao declarar que Clemente V absolveu a Ordem das acusações de heresia, e que deu a absolvição ao último grão-mestre, Jacques de Molay, e aos demais cavaleiros, suscitou a reação da monarquia francesa, de tal forma que obrigou o papa Clemente V a uma discussão ambígua, sancionada em 1312, durante o Concílio de Vienne, pela bula Vox in excelso, a qual declarava que o processo não havia comprovado a acusação de heresia, porém a acusação de oportunismo político e da perda da missão religiosa inicial se manteve. O que causará enfraquecimento e queda histórica da Ordem dos Templários.
A destruição da Ordem do Templo propiciou ao rei francês não apenas os tesouros imensos da Ordem (que estabelecera o início do sistema bancário), mas também a eliminação do exército da Igreja, o que o tornava senhor rei absoluto, na França.Nos demais países a riqueza da ordem ficou com a Igreja Católica.
Na sua ira, DeMolay teria chamado o rei e o Papa a encontrá-lo novamente diante do julgamento de Deus antes que aquele ano terminasse - apesar de este desafio não constar em relatos modernos da sua execução. Filipe, o Belo e Clemente V morreram ainda no ano de 1314.
Após a descoberta nos Arquivos do Vaticano, da acta de Chinon, assinada por quatro cardeais, declarando a inocência dos Templários, sete séculos após o processo, o mesmo foi recordado em uma cerimónia realizada no Vaticano, a 25 de outubro de 2007, na Sala Vecchia do Sínodo, na presença de Monsenhor Raffaele Farina, arquivista bibliotecário da Santa Igreja Romana, de Monsenhor Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto do Vaticano, de Marco Maiorino, oficial do Arquivo, de Franco Cardini, medievalista, de Valerio Manfred, arqueólogo e escritor, e da escritora Barbara Frale, descobridora do pergaminho e autora do livro "Os templários".
O Grão Priorado de Portugal esteve representado por Alberto da Silva Lopes, Preceptor das Comendadorias e Grão Cruz da Ordem Suprema e Militar dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.
A Organização da Ordem Templária
Subordinação: Papado
Missão: Ordem militar do cristianismo ocidental
Denominação: Ordem do Templo
Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão
Criação: 1119
Extinção: 1312
Patrono: São Bernardo de Claraval
Lema: Não para si, mas para Deus
Vestimentas: Manto branco com uma cruz vermelha
História
Guerras/batalhas: As Cruzadas, incluindo:
Cerco de Ascalon (1153),
Batalha de Montgisard (1177),
Batalha de Hattin (1187),
Cerco de Acre (1190-1191),
Batalha de Arsuf (1191),
Cerco de Acre (1291)
Reconquista
Logística
Efetivo: Entre 15.000 a 20.000 membros em seu ápice, 10% dos quais eram cavaleiros
Comando
Primeiro Grão-Mestre: Hugo de Payens
Último Grão-Mestre: Jacques de Molay
Contato
Quartel-general: Monte do Templo, Jerusalém


Inquisição, pena aplicada ao Mestre Molay
Bibliografia:
Revista BBC História, ano 1, edição n° 4, editora, Tríada, 2010
Vídeo: O cavaleiro Templário, dublado e completo-
Imagens:
Por: Denise Oliveira/Jan.2011







Um comentário:

  1. Oi De, adorei o texto apesar de eu já conhecer a historia dos cavalheiros e seu triste final me surpreendeu a última parte do texto. Obrigada e eu adorei

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